As queimadas são, de fato, um dos maiores problemas dos biomas brasileiros nesse ano. Mas depois de o fogo dar uma pequena trégua em julho, em agosto a situação piorou. No Pantanal, por exemplo, os incêndios voltaram com força e se estenderam às áreas que ainda estavam intactas como o Refúgio Caiaman, com 53 mil hectares e uma imensa diversidade de animais, entre eles a onça-pintada. Três delas foram encontradas carbonizadas este mês. Na Amazônia, nos primeiros dez dias do mesmo período, os focos de incêndio aumentaram 180%. Foram quase 3 mil focos, segundo a plataforma BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE). A fumaça que já atingia as principais cidades da região, se espalhou pelo país. Em um corredor de fumaça, visível por fotos de satélite, a nevoa vai de Manaus a Porto Alegre, atingindo dez estados até essa segunda-feira, 19.
A qualidade do ar, já comprometida pela baixa umidade comum no inverno, ficou ainda pior. São Paulo viveu hoje o dia mais seco desde 2021, com apenas 12% de umidade, segundo o Climatempo e o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A Defesa Civil da capital declarou estado de alerta. Na cidade, os paulistanos puderam ver uma névoa densa. Na verdade, tratava-se da fumaça das queimadas, que deixou o entardecer mais avermelhado do que o normal. A beleza era apenas mais poluição no ar. O mesmo cenário se repetiu em todo o Sudeste e Sul do país.
Clima seco é combustível para as queimadas
O inverno é conhecido pelo clima seco, o que deixa a qualidade do ar ainda pior, de acordo com o Climatempo. A umidade abaixo de 20% cria condições ideais para a propagação rápida de incêndios. O normal é 60%. Para piorar a situação, uma onda quente de calor se aproxima do Brasil, com potencial de gerar recordes de temperatura e aumentar as probabilidades de mais incêndios.