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Diante de recessão global, metas ESG ficam em segundo plano

Pesquisa da consultoria KPMG mostra as perspectivas de executivos globais com relação a metas sustentáveis no setor privado

Por Jennifer Ann Thomas Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 out 2022, 12h13

Os efeitos da guerra na Ucrância e da pandemia de covid-19 ainda deixam rastros na economia global. De acordo com a pesquisa CEO Outlook 2022 da consultoria KPMG, oito em cada dez executivos de grandes empresas esperam uma recessão nos próximos 12 meses, sendo que metade destes acredita que ela será moderada e de curto prazo.

Contudo, a perspectiva de meses pouco favoráveis para os negócios tem impacto direto na aplicação de metas ESG, a sigla do mundo dos negócios para os compromissos ambientais, sociais e de governança. Foram entrevistados 1.325 CEOs globais em 11 mercados para fornecer informações sobre suas perspectivas para os próximos 3 anos sobre os negócios e os cenários econômicos.

Segundo o levantamento da KPMG, conforme a incerteza econômica se estende, metade dos CEOs está pausando ou reconsiderando seus esforços ESG já existentes ou planejados nos próximos 6 meses, sendo que 34% já o fizeram.

Para a líder de assuntos corporativos da KPMG, Jane Lawrie, o relatório mostrou que o ESG se tornou um assunto intrínseco aos negócios, com impacto na resiliência financeira, no crescimento e nas expectativas das partes envolvidas. “À medida que os CEOs tomam medidas para proteger seus negócios de uma recessão iminente, os esforços ESG estão sob crescente pressão financeira”, disse Lawrie no documento.

Ao mesmo tempo, o estudo concluiu que os CEOs globais reconhecem a importância das iniciativas ESG para seus negócios, especialmente quando se trata de melhorar o desempenho financeiro e impulsionar o crescimento: 69% dos executivos seniores notaram uma maior demanda das partes interessadas por mais relatórios e transparência sobre ESG – 58% em 2021.

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Além disso, 45% dos CEOs concorda que o progresso em ESG melhora o desempenho financeiro corporativo, um aumento de 37% em comparação com um ano atrás.

Enquanto isso, os participantes da pesquisa concordaram que há consequências por não seguir com os planos para atingir metas de responsabilidade social e ambiental nas empresas. As principais preocupações são com o aumento de custos e dificuldade para captar recursos, recrutar talentos, perder espaço para a concorrência, funcionários menos engajados e perda de consumidores.

No relatório, a CEO do espanhol Bankinter, María Dolores Dancausa, afirmou que o setor financeiro deve facilitar a transformação sustentável. “O setor financeiro deve andar de mãos dadas com empresas que estão se transformando em modelos de negócios mais descarbonizados. Além disso, deve desempenhar um papel que vai muito além de apenas financiar os setores mais verdes”, afirmou.

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