A bela imagem de uma metrópole como o Rio de Janeiro à noite é ilustrativa de uma realidade inexorável: as sociedades humanas se tornaram vorazes consumidoras de energia. Especialmente no caso da elétrica, só aumenta, a cada dia, o número de dispositivos que precisam ser alimentados — o telefone celular se tornou o mais onipresente deles, havendo 250 milhões de aparelhos para uma população de 203 milhões como é a brasileira. Mas há muito mais ao redor, das luminárias aos meios de transporte, passando pelos eletrodomésticos, aparelhos hospitalares, máquinas industriais e toda sorte de equipamentos que movem a economia e sustentam a vida da nossa espécie. O desafio há muito colocado é como continuar a consumir mais sem exaurir os recursos naturais que originam a energia em todas as suas formas.
+ Confira o especial de energias sustentáveis
Essa é uma luta mundial na qual governos, empresas e cidadãos têm se engajado de modo crescente, dada a urgência imposta pelas mudanças climáticas, reconhecidas pela ciência mais avançada. Uma prova do engajamento é dada por uma informação de reportagem deste especial de VEJA: para cada dólar investido no mundo em combustíveis fósseis, hoje já se investe 1,70 dólar em renováveis. Porém é preciso fazer muito mais.
Felizmente, o Brasil é um país dotado naturalmente da mais ampla variedade de fontes de energia — e, o que é melhor, principalmente daquelas que são sustentáveis do ponto de vista do equilíbrio ambiental. Estamos caminhando cada vez mais no aproveitamento dessa vantagem comparativa para estimular a nossa economia e contribuir com o mundo no combate ao aquecimento. Novas tecnologias e investimento crescente já tornaram realidade a oferta da energia que queremos com o etanol, o impulso dos ventos e a captura da luz do sol, entre outras fontes. Nossa matriz de eletricidade, que já dava ao país a liderança pela participação majoritária de fontes renováveis, está evoluindo sem parar.
Agora, já temos a energia solar como a segunda fonte de geração de eletricidade, seguida pela geração eólica. Vários setores tocam suas agendas de transição energética. O especial Energia Verde mostra essa movimentação que é uma das principais frentes para a aceleração do crescimento econômico do Brasil com melhoria das condições ambientais e sociais. O país ganha com isso — e o planeta agradece.
Publicado em VEJA de 8 de dezembro de 2023, edição especial nº 2871