Caso Marielle: o crime contra uma voz
Em 21 de março de 2018, VEJA destacava em sua capa um crime político que chocou o Brasil: o assassinato da vereadora Marielle Franco. Seis anos depois, o caso ganhou um novo capítulo, que se espera ser definitivo, com o julgamento dos réus Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz
TBT 21 DE MARÇO DE 2018 | “O crime contra uma voz: a vereadora Marielle Franco, de 38 anos, é a primeira vítima política da barbárie do Rio de Janeiro. Ela foi executada, com quatro tiros na cabeça, e deixou uma indagação: a quem interessava seu assassinato?”
Assim iniciava a reportagem de capa de VEJA que abordava o crime político que assombra o Brasil até hoje.
“Voz vibrante a favor das mulheres, dos negros, dos homossexuais e dos favelados, tinha intensa atuação dentro e fora da Câmara. A morte brutal a agigantou, ao adicionar um componente político ao inaceitável caldeirão de violência que engolfa o Rio: os disparos abateram uma pessoa eleita pelos cariocas para representá-los”, iniciava o texto.
“A morte da vereadora foi um ato planejado. Mas por que, afinal, Marielle foi executada a tiros? Quem tinha interesse em sua morte?”. Essas são perguntas que ecoam no país há pelo menos seis anos. Hoje, o caso Marielle ganhou um novo capítulo que se espera, finalmente, ser definitivo.
Nesta quarta-feira, 30, os réus confessos do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes, os ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, foram a júri popular. A sessão aguardada há tanto tempo tem como objetivo definir o tamanho da pena.
Os dois respondem pelo duplo homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima — contra Marielle e Anderson Gomes, seu motorista no dia da execução, além da tentativa de homicídio contra Fernanda Chaves, igualmente qualificada de forma tripla. Com isso, a acusação deve pedir 84 anos de prisão para a dupla.
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