Brasileiras relatam pânico durante terremoto na Itália
O tremor deixou mais de 120 mortos no centro do país e pôde ser sentido em diversas regiões, inclusive na capital, Roma
Por Daniela Flor
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Atualizado em 24 ago 2016, 17h34 - Publicado em 24 ago 2016, 17h10
O terremoto que atingiu o centro da Itália na madrugada desta quarta-feira deixou mais de 120 mortos e transformou cidades inteiras em ruínas. O tremor, de 6,2 graus na escala Richter, pôde ser sentido em uma área extensa do país e causou danos e pânico, mesmo em regiões sem vítimas fatais.
Carla Fittipaldi, que mora em Deruta, a cerca de 130 quilômetros da cidade mais afetada, Amatrice, contou que acordou por volta de 3h da madrugada com os tremores, onde mora com o marido e o filho de apenas 6 meses. “Foram uns 20 ou 30 segundos que parecem ter durado uma eternidade.” Apesar do susto, a família permaneceu em casa até que, um segundo abalo, ainda mais forte, ocorreu por volta de 4h30. “Na segunda vez ficamos em pânico. Pegamos nossas coisas e descemos correndo as escadas”, descreveu.
A brasileira mora há 10 anos na Itália e presenciou o terremoto de Áquila, em 2009, mas afirma que esta foi a primeira vez que sentiu um tremor desta magnitude. “A sensação é horrível, ficamos muito assustados porque foi algo totalmente inesperado”, comentou.
Na cidade de Carla, o sentimento geral era o medo de novos tremores, já que ainda não havia informações sobre o foco do terremoto durante a madrugada. “Alguns vizinhos resolveram dormir no carro com a família. Eu dormi na sala de casa, que é mais perto da porta de saída”, afirmou.
Ana Maria Vidale, brasileira que vive há 26 anos na Itália, estava de férias em Magione, em Perugia, em uma zona afastada da cidade e não sentiu com intensidade o abalo, mas relatou o medo entre os amigos e colegas de trabalho. “Uma amiga sentiu as telhas do teto tremerem e viu os móveis se mexerem. Ela estava desesperada”, afirmou.
O desastre na Itália já deixa centenas de feridos e desaparecidos, especialmente nos municípios de Amatrice, Accumoli e Arquata del Tronto. O balanço de mortos sobe conforme as vítimas são resgatadas dos escombros. A tragédia lembrou o sismo que deixou mais de 300 mortos na cidade de Áquila, há 7 anos. “O povo italiano é traumatizado em relação a terremotos, sempre que acontece é uma tragédia. Eles falam com muita tristeza a respeito disso”, afirmou Carla.
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