Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Mamíferos foram os primeiros a produzir veneno, revela estudo

Análises de fósseis de um réptil que deu origem aos primeiros mamíferos mostram estruturas que eram usadas para produzir toxinas na saliva

Por Da redação
Atualizado em 14 fev 2017, 15h33 - Publicado em 14 fev 2017, 15h16

Um estudo coordenado por pesquisadores sul-africanos e divulgado na última sexta-feira no periódico PLoS ONE revela que, ao contrário do que a maioria das pessoas acredita, cobras e lagartos podem não ter sido os primeiros animais a produzir veneno. Análises de fósseis de um membro dos terapsídeos – grupo que reúne os ancestrais dos mamíferos – conhecido como Euchambersia mirabilis demonstram que essas criaturas já possuíam estruturas produtoras de veneno há cerca de 260 milhões de anos. É a evidência mais antiga encontrada dessa característica em um vertebrado. A descoberta é importante para compreender a história evolutiva dos mamíferos e explicar por que cada vez mais animais dessa classe que produz veneno são encontrados.

“Hoje em dia, cobras são notórias por suas picadas venenosas, mas os registros de seus fósseis desaparecem na profundidade dos tempos geológicos por volta de 167 milhões de anos atrás”, afirma em comunicado Julien Benoit, autor do estudo e pesquisador da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul. “Os Euchambersia desenvolveram veneno mais de 100 milhões de anos antes de as primeiras cobras terem nascido.”

Ancestral pré-histórico

O mais intrigante, segundo os pesquisadores, é que o Euchambersia era um animal relacionado aos primeiros mamíferos e não às cobras ou lagartos venenosos atuais. Ele tinha um porte considerado pequeno – mais ou menos o tamanho de um cachorro e, para sobreviver ao ambiente hostil de sua época, desenvolveu uma fossa profunda e circular atrás de seus dentes caninos superiores, na qual ficava localizada uma glândula que produzia um veneno mortal. Ao contrário das cobras, que injetavam ativamente seu veneno na presa através de sulcos em seus dentes, as substâncias tóxicas do Euchambersia eram conduzidas para sua boca e misturadas à saliva. Depois, eram introduzidas de maneira indireta na vítima, com a ajuda de um par de grandes dentes caninos que possuíam serras e perfuravam a pele da vítima.

Continua após a publicidade

Como as glândulas de veneno não fossilizam, Benoit e sua equipe conseguiram usar técnicas de imagens 3D e tomografia computadorizada para analisar os únicos dois crânios de Euchambersia já encontrados. Dessa forma, eles descobriram estruturas que possuíam características anatômicas compatíveis com a produção de veneno.

Os cientistas acreditam que o mais provável é que o animal utilizasse seu veneno principalmente para a caça, como a maioria das espécies venenosas que existem hoje. Nem todos os terapsídeos se alimentavam de insetos e a substância pode ter ajudado no ataque das presas para a alimentação. Porém, a proteção também pode ter sido um motivo que levou esses animais a desenvolver tal característica, já que eram pequenos. Segundo os pesquisadores, os mamíferos que viveram milhões de anos atrás eram venenosos, mas perderam a habilidade ao longo da evolução.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.