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ExoMars: contato foi perdido segundos antes do pouso, diz ESA

Segundo astrônomos, sonda pousou no planeta, mas deixou de enviar sinais antes da aterrissagem. Ainda não se sabe se a sonda está intacta

Por Rita Loiola Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 out 2016, 16h39 - Publicado em 20 out 2016, 08h14

O módulo Schiaparelli pousou em Marte, mas contato foi perdido cerca de 50 segundos antes de tocar o solo – não se sabe se a sonda está intacta ou poderá enviar dados à Terra, seu principal objetivo. Astrônomos da Agencia Espacial Européia (ESA), responsáveis pela missão ExoMars, da qual o robô Schiaparelli faz parte, junto com o satélite Trace Gás Orbiter (TGO), afirmaram nesta quinta-feira estarem “certos” de que o módulo aterrissou em superfície marciana mas, de acordo com os dados enviados, não é possível saber a localização da sonda ou se ela ainda poderá funcionar. As incertezas colocam em risco o futuro da missão, que pretende abrir caminho para uma missão não tripulada, de ida e volta a Marte, em 2020.

“Se ela pousou intacta, bateu em uma rocha, uma cratera ou simplesmente não consegue se comunicar, isso não é possível saber”, afirmou o astrônomo da ESA Thierry Blancquaert, o responsável pelo módulo Schiaparelli.

Neste momento, o destino de Schiaparelli é muito semelhante ao do jipe Beagle 2, da Grã Bretanha, que fracassou ao chegar ao planeta, em 2003. Seus painéis solares não abriram corretamente, o que impediu que ele tivesse energia para enviar informações à Terra. Segundo os astrônomos da ESA, os paraquedas de Schiaparelli funcionaram como o esperado, assim como alguns dos propulsores que deveriam ajudar a sonda a fazer o pouso controlado. No entanto, ela não aterrissou como previsto. Schiaparelli não foi construído para ser um módulo interativo, o que torna ainda mais difícil descobrir se poderá ser utilizado nos próximos dias.

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Pouso arriscado

Composta pelo satélite Trace Gas Orbiter (TGO) e o módulo Schiaparelli, a missão deveria colocar TGO em órbita no planeta e fazer um pouso controlado de Schiaparelli sobre a superfície marciana, em uma arriscada descida de seis minutos. Nesta quarta-feira, às 14h35 (horário de Brasília), os astrônomos captaram sinais de que o satélite havia entrado com sucesso na órbita de Marte, mas o robô Schiaparelli parou de enviar dados pouco antes da aterrissagem – deixando bastante apreensivos os cientistas ESA e da russa Roscosmos, também responsável pela missão.

Enquanto o satélite TGO está funcionando como o esperado, descrevendo uma órbita de quatro dias ao redor de Marte, Schiaparelli permanece em silêncio. Uma das possibilidades é que a aterrissagem tenha sido violenta, danificando a sonda.

O procedimento para a chegada à superfície de Marte começou no domingo, quando Schiaparelli deixou o satélite TGO, ao qual estava acoplado. Desde então, o módulo se aproximou lentamente do planeta e, na quarta-feira, mergulhou na atmosfera marciana. Segundo o plano da ESA, o robô deveria descer em direção à superfície a 21 quilômetros por hora e, com o apoio de paraquedas e propulsores, diminuir a velocidade até pousar no solo.

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Essa aterrissagem controlada em Marte era o maior desafio da missão. Até hoje, apenas americanos pousaram equipamentos com sucesso no planeta. Pousar o módulo Schiaparelli com êxito no planeta seria, portanto, um marco na história da exploração europeia.

Outra missão da ESA também teve problemas com a aterrissagem em corpos celestes. O robô Philae, liberado pela sonda Rosetta, quicou ao chegar à superfície do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e parou longe do local escolhido pelos cientistas. Com isso, suas baterias não carregaram como o esperado. O robô só foi encontrado pelos astrônomos em setembro deste ano, perto do fim da missão.

ExoMars

Lançado em março, a bordo do foguete Protón-M, ExoMars é um laboratório que conta com o módulo Schiaparelli, de quase 600 quilos, e o satélite TGO. O satélite vai estudar os gases da atmosfera do planeta, enquanto Schiaparelli deveria enviar dados aos centros de controle terrestre e garantir que, no futuro, a missão mande um pequeno jipe capaz de se deslocar vários quilômetros e escavar até dois metros sob a terra de Marte para coletar e analisar amostras.

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Juntos, os dois equipamentos pretendem abrir caminho para uma missão não tripulada de ida e volta a Marte, prevista para 2020. A missão conduzirá sua pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira será enviar astronautas ao planeta vermelho para saber se o ser humano pode viver em outros mundos.

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