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Missão ExoMars é lançada com sucesso para buscar vida em Marte

O maior desafio será aterrissar a sonda de maneira controlada no planeta vizinho. Com temperatura média de 55 graus centígrados abaixo de zero, Marte é o mundo mais habitável de nosso entorno

Por Da Redação
Atualizado em 6 Maio 2016, 15h58 - Publicado em 14 mar 2016, 12h15

A missão ExoMars 2016 decolou com sucesso nesta segunda-feira da base russa de Baikonur, no Cazaquistão. Essa é a primeira missão de um programa conjunto da Agência Espacial Europeia (ESA) e a russa Roscosmos para explorar a superfície de Marte. O foguete Protón-M deve chegar ao planeta vermelho em outubro, quando a cápsula espacial se dividirá em duas partes: o satélite Trace Gas Orbiter (TGO) se dedicará a estudar os gases da atmosfera marciana, enquanto o módulo Schiaparelli vai pousar na superfície do planeta, na região de Meridiani Planum, para garantir a tecnologia de futuras aterrissagens de naves europeias.

A sonda, um laboratório de 600 quilos, encontrará uma superfície hostil, similar aos locais ermos mais estéreis da Terra. Marte é um mundo frio com frequentes tempestades de poeira em escala global e uma fina atmosfera que não consegue reter o calor. “É mais amistoso que outros planetas do sistema solar. Não está tão ruim, tem uma temperatura manejável para o ser humano, embora haja pouco oxigênio”, acrescentou Svedhem.

O maior desafio será aterrissar a sonda de maneira controlada no planeta vizinho. O sucesso dessa parte da missão seria um marco na história da exploração europeia, uma vez que o único precedente, o Beagle do Reino Unido, fracassou ao chegar ao planeta. Se conseguir pousar com sucesso em solo marciano e enviar informação aos centros de controle terrestre, Schiaparelli vai garantir que a missão ExoMars 2018 mande um rover capaz de se deslocar vários quilômetros e escavar até dois metros sob terra para coletar e analisar amostras.

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Marte – Duas vezes menor que a Terra e com temperatura média de 55 graus centígrados abaixo de zero, Marte é o mundo mais habitável de nosso entorno: uma massa rochosa que pode ter abrigado vida e que o ser humano tenta colonizar desde 1960. “As condições de Marte no passado se pareciam muito mais com as da Terra atualmente. Acredita-se que no nosso planeta existe a mesma quantidade de água que tinha há milhões de anos, enquanto em Marte a água teria se perdido ao escapar da atmosfera”, explicou o cientista da ESA, Hakan Svedhem.

O planeta, de natureza rochosa como a Terra, apresenta algumas formações geológicas mais antigas que a do nosso planeta. É o exemplo do vulcão do Monte Olimpo, na região de Tharsis, que tem 22.500 metros de altura. Entre 3 bilhões e 3,5 bilhões de anos atrás esse vulcão gerou uma rotação da crosta e do manto de Marte sobre seu eixo e deslocou a superfície do planeta entre 20 e 25 graus, transtornando severamente sua geografia durante milhões de anos.

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Marte conta ainda com duas calotas polares de gelo, a Planum Boreum e a Planum Australe, local em que as temperaturas chegam aos 143 graus Celsius negativos. Sob esses casquetes de dióxido de carbono congelado, os cientistas acreditam que pode haver água, cogitando que possam existir também microrganismos similares aos achados a 800 metros sob o gelo antártico terrestre. “É uma possibilidade real, não pode ser excluída. A questão então seria como chegar até ali”, comentou Svedhem.

Na Terra, a atividade do núcleo gera um campo magnético que funciona como escudo protetor perante os perigosos ventos solares. A pouca atividade geológica de Marte faz com que o planeta vermelho não disponha desse movimento de cargas elétricas. “É muito difícil gerar um campo magnético artificial dessa escala”, razão pela qual a hipotética exploração humana em Marte teria que desenvolver-se em “acampamentos cobertos, com oxigênio e uma atmosfera artificial. E, para isso, precisaremos de muitas centenas de anos”, disse o cientista.

Interesse no planeta vermelho – A ExoMars também abrirá o caminho para uma missão não tripulada de ida e volta a Marte, prevista para 2020, e conduzirá a pesquisa por um caminho cuja próxima grande fronteira será enviar astronautas ao planeta vermelho para saber se o ser humano pode viver em outros mundos. A Nasa espera colocar astronautas em órbita ao redor de Marte na década de 2030 e posteriormente na superfície, com o sonho de estabelecer uma colônia local. Mas as contínuas mudanças bruscas da corrida espacial americana exigem que a situação seja considerada com prudência. Os acadêmicos acham possível um aquecimento global letal na Terra, e, neste sentido, Marte poderia se tornar um mundo habitável para os seres humanos a muito longo prazo.

(Da redação)

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