Kataguiri: tomaria ‘um chopp’ com qualquer um por projetos liberais
Em entrevista ao Páginas Amarelas, deputado federal e coordenador do MBL fala sobre articulações políticas neste início de mandato
O deputado federal e coordenador do Movimento Brasil Livre (MBL) Kim Kataguiri (DEM-SP) afirma que, apesar de se considerar um liberal “incisivo”, está aberto para conversar com todas as lideranças, inclusive as de oposição. Recentemente, uma imagem de Kataguiri tomando café com Marcelo Freixo, do PSOL, viralizou na internet. “Para aprovar projetos liberais, eu saio para tomar um chopp com qualquer um”, disse em entrevista ao editor executivo Jerônimo Teixeira no programa Páginas Amarelas.
Kataguiri considera que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) errou muito por começar o mandato demonizando a articulação política, o que gerou derrotas no Congresso. “Acredito que tenha sido natural a cabeçada de Bolsonaro, porque ele nunca foi um parlamentar de composição e, sim, um parlamentar isolado, que não aprovava e nem barrava projetos. Mesmo nos 30 anos (como deputado), ele não teve essa condição nem de articular nem de ser articulado.” Entretanto, o deputado vê uma “virada de chave” do governo durante a votação do PLN nº 4, em que o Congresso aprovou a abertura de um crédito suplementar no valor de 248 bilhões.
A entrevista foi gravada na quinta-feira 20, antes da divulgação de novos diálogos entre o ex-juiz e hoje ministro da Justiça Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol. Na conversa, publicada pelo site The Intercept Brasil e pelo jornal Folha de S.Paulo no domingo 23, Moro reclama do comportamento do MBL, que fez protesto na frente do apartamento do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, em março de 2016. “Nao.sei se vcs tem algum contato mas alguns tontos daquele movimento brasil livre foram fazer protesto na frente do condominio.do ministro”, digitou o então juiz.
Nesta terça, 25, Kataguiri enviou um vídeo a VEJA comentando a citação ao MBL. Para o deputado, “trata-se de uma bobagem, uma tentativa de criar atrito político”. Kataguiri lembrou que atua em conjunto com o ministro da Justiça para a aprovação do pacote anti-crime.