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Tite: Fala muito!

Comandante da seleção brasileira responde a nove perguntas em vídeo

Por Da Redação Atualizado em 9 jun 2018, 16h00 - Publicado em 9 jun 2018, 16h00

O técnico da seleção brasileira, Tite, responde a nove perguntas que mostram seu método e sua obsessão pelo futebol. Ancorado nos bons exemplos de equipes do passado, o treinador da seleção seleção respira futebol 24 horas por dia, perfeccionista até não mais poder.

Quando se compara Tite com seus antecessores na liderança da seleção, há uma diferença continental. Ele tem prazer em beber da história do futebol brasileiro, é obcecado pela recuperação de lances famosos que, vistos e revistos, eventualmente repetidos à exaustão nos treinos, podem ser úteis. Um dos elogios que mais gostou de receber está pendurado na parede de sua sala na Confederação Brasileira de Futebol (CBF): uma camisa da seleção de 1970 assinada por Gérson — “Ao mestre Tite, uma recordação do amigo que gostaria de jogar nessa seleção, que vai ser campeã do mundo”.

Aos auxiliares que o acompanham no cotidiano da CBF, Tite costuma solicitar gravações de jogadas que guarda na memória. Há muita coisa atual, mas o que vem lá de trás é que o entusiasma. Recentemente, ele pediu para rever o gol de Sócrates, o primeiro do Brasil na derrota por 3 a 2 para a Itália, na Tragédia do Sarriá, da Copa do Mundo de 1982, na Espanha (“Aquele foi meu Mundial, apesar do resultado”, gosta de repetir). Está anotada numa folha de papel, à qual VEJA teve acesso, uma demanda de Tite a seus subordinados: “Gol Itália 82: Zico entre linhas e infiltração de Sócrates (Analisar C. Técnica)”. O vídeo com a cena foi escarafunchado de tudo quanto é jeito.

O hábito de anotar tudo o que vê, lê e pensa aliviou a relação de Tite com seu staff. Nos tempos de Corinthians, era comum que enviasse mensagens de WhatsApp aos subordinados, a qualquer hora do dia, cobrando a imagem de uma jogada. Por sugestão de Fernando Lázaro, hoje “analista de desempenho” da CBF, entendeu que as solicitações podiam esperar um ou dois dias, e que precisava ter paciência. “Ele deixava todo mundo louco, até nas folgas”, diz Lázaro. “Agora maneirou.” Trocou a ansiedade pelo pragmatismo e pela organização. “Ele nos envia vídeos que mostram o que fizemos nas partidas anteriores, para que possamos repetir os acertos no jogo seguinte”, disse a VEJA o zagueiro Thiago Silva, do Paris Saint-Germain.

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