O fracasso do governo na pandemia e a popularidade de Bolsonaro
Com sucessivos recordes de mortes diárias em decorrência da Covid-19, o retrato do Brasil é o de um país doente
Na terça-feira 16, um ano depois da primeira morte, o país bateu um melancólico recorde: foram 2 841 mortes em apenas 24 horas, o equivalente a duas por minuto. No total, são mais de 282 000 óbitos e 12 milhões de casos. Não se trata, definitivamente, como previu Bolsonaro, de uma “gripezinha”. Desde o dia 22 de fevereiro, a média móvel de mortos, calculada a partir da ocorrência dos sete dias anteriores, não para de crescer — chegou a 1 965. O país acumula 10% das mortes notificadas em todo o mundo, mas tem apenas 3% da população global. Na semana passada, foi responsável por 20% das mortes pelo vírus no planeta. Segundo levantamento da Fundação Oswaldo Cruz, vive-se o “maior colapso sanitário e hospitalar da história”. O Distrito Federal e 24 estados estão com taxas de ocupação de leitos de UTI iguais ou superiores a 80% (quinze têm média igual ou superior a 90%). Salvam-se apenas Rio de Janeiro e Roraima, e no limite.