Em ‘Alita: Anjo de Combate’, uma ciborgue irresistivelmente humana
Acompanhe o 'Em Cartaz' desta semana com Isabela Boscov
No ‘Em Cartaz’ desta semana, a colunista de VEJA Isabela Boscov comenta a estreia da semana: Alita: Anjo de Combate. Para deleite do Dr. Ido (Christoph Waltz), dentro da carcaça de ciborgue que ele encontrou no ferro-velho de sua metrópole pós-apocalíptica ainda existe um cérebro humano perfeito – e também delicado e inteligente, cheio de vivacidade e de curiosidade. Ido faz, então, o que sempre fez melhor: dá a essa garota sintética um corpo que faz jus às qualidades dela, e batiza-a de Alita. A única coisa que falta a Alita é a memória; ela não sabe quem é, de onde veio nem quando, ou o que fazia.
Sabe apenas que adora estar viva, que o jovem Hugo (Keean Johnson) faz seu coração artificial bater mais forte, e que a cidade é uma fonte inesgotável de interesses – mas também de perigos, os quais, para sua surpresa, ela enfrenta com uma força e uma perícia para a luta que não demoram a atrair a atenção de oportunistas variados, na metrópole e acima dela, onde, em uma nave imensa, vive a inalcançável elite. Robert Rodriguez, de El Mariachi, Balada do Pistoleiro e Sin City, tem em Anjo de Combate seu melhor filme em muito tempo. Tudo que ele oferece de previsível – você já viu esse futuro infernal várias vezes antes –, compensa com o que traz de cativante: a alegria com que é feito, o clima de ficção “jovem adulto”, os efeitos muitíssimo bem realizados e, acima de tudo, a atuação tão envolvente da atriz Rosa Salazar (a Brenda de Maze Runner), aqui transferida para a tela por meio da performance capture. Sem grande pretensão, e com bastante diversão.