Carta ao Leitor: Marcas que ficam
Um ano depois, a facada em Bolsonaro segue tendo efeitos tanto físicos quanto no plano das conspirações
No dia 6 de setembro de 2018, como já ocorrera em tantas outras cidades durante a campanha presidencial, Jair Bolsonaro, do PSL, desfilava em Juiz de Fora (MG), carregado nos ombros por seus apoiadores. Misturado à multidão que aplaudia o então candidato, o desempregado Adélio Bispo de Oliveira aproximou-se dele e desferiu-lhe uma facada na altura da barriga. Com o intestino grosso e o delgado perfurados, Bolsonaro perdeu 2,5 litros de sangue e passou por duas cirurgias de emergência — escapando da morte por pouco e praticamente encerrando ali sua participação na campanha.
Um ano depois, a fatídica facada segue provocando efeitos — tanto físicos como no terreno da teoria das conspirações. Neste domingo, 8, o presidente se interna para submeter-se a mais uma cirurgia. Desta vez, para a correção de uma hérnia originada a partir da perfuração na barriga. No plano político, a facada ainda gera muitas controvérsias. Nesta edição, que marca a primeira efeméride do episódio, VEJA relembra as circunstâncias da tentativa de assassinato, suas consequências, e apresenta novidades: mostra detalhes inéditos sobre a cirurgia pela qual o presidente passou, traz uma entrevista exclusiva com seu médico e revela a vontade de Bolsonaro de estar frente a frente com Adélio Bispo para lhe cobrar explicações.
Assim como o suicídio de Getúlio, o atentado a faca sofrido por Bolsonaro, embora não tenha terminado em morte, continua influenciando a cena política atual. E, pelo visto, deve assombrar o debate eleitoral por algum tempo.