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‘Desestatização é a única alternativa’, diz prefeito de Porto Alegre

Nelson Marchezan Júnior fala da situação das contas públicas, dos pedidos de impeachment e da necessidade de o PSDB voltar às origens e se comunicar melhor

Apresentado por Atualizado em 29 out 2019, 14h59 - Publicado em 3 set 2019, 20h13

Após o recente leilão da primeira Parceria Público-Privada (PPP) do município e também de todo o estado do Rio Grande do Sul, o prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, declarou que o próximo projeto que deve receber investimentos privados será o de saneamento, com o objetivo de acelerar a desestatização e melhorar os serviços públicos. “Estamos assinando um contrato de parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – onde o banco escolhe consultorias – no mesmo sistema que o anterior, o da iluminação pública, para uma PPP de saneamento básico de água e esgoto, que deve ser batido o martelo no ano que vem. Hoje, nós temos em Porto Alegre mais de 200 mil pessoas que não têm água de forma permanente no verão. E 45% do esgoto não é tratado. Isso não é aceitável”, disse Marchezan, em entrevista a editora de VEJA, Alessandra Kianek, no programa Páginas Amarelas.

No dia 29 de agosto, o consórcio I.P. Sul venceu o leilão de PPP de iluminação pública de Porto Alegre, realizado na B3, a bolsa de valores de São Paulo. O contrato, que prevê a troca de todas as lâmpadas comuns por LED na cidade num prazo de dois anos, vai gerar economia em torno de 1 milhão de reais por mês para a prefeitura. “Vamos gastar 45% menos do que gastamos hoje. E esse será o primeiro grande passo para uma smart city.”

O prefeito defende a desestatização para melhorar a saúde financeira dos cofres públicos. “A máquina pública está falida, por causa das despesas de pessoal, seja no governo federal, estadual ou municipal. Assim, a única alternativa é a desestatização.” Segundo Marchezan, há 20 anos as despesas são maiores do que as receitas em Porto Alegre, além de crescerem numa velocidade maior. “Com as reformas estruturais que estamos fazendo, em um ano e meio a cidade estará fechando no azul pela primeira vez em mais de duas décadas.”

Em dois anos e meio de mandato, quatro pedidos de impeachment contra o prefeito já deram entrada na Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, sendo todos rejeitados em votação – o último deles na semana passada. Segundo Marchezan, os pedidos foram originados por opositores contrários às reformas que estão sendo implementadas. “Eu não tenho apego ao cargo. Eu tenho apego aos meus princípios e aos meus valores e conceitos de gestão pública.”

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Primeiro prefeito eleito em Porto Alegre pelo PSDB, Marchezan defende que o partido deveria olhar para trás ao falar em um “novo PSDB”. “Se tivesse mantido as suas causas de quando foi governo federal, o PSDB teria tido eleito o seu presidente da República. Nós fomos o partido da Lei de Responsabilidade Fiscal, que não foi respeitada pelos tribunais, da reforma da Previdência, que não conseguiu fazer, o que criou o Coaf, que outros partidos querem colocar debaixo do braço, e o que deu início às concessões e privatizações. O meu PSDB é aquele liberal na economia e socialista na máquina pública, para dividir para toda a população.”

Segundo ele, o PSDB pode ter diminuído, porque se afastou das suas origens e se aproximou do populismo, que invade todos os partidos. “Viramos o populismo da lacração. Tem de lacrar. Tem de dizer frases de efeito nas redes sociais. O PSDB deveria voltar para as suas origens e se comunicar melhor.” Ainda sobre o partido, Marchezan afirma que, apesar de o deputado federal Aécio Neves ter sido um ótimo presidente do PSDB, “infelizmente, ele falhou” e a confiança, que os brasileiros tinham nele, caiu. “Hoje, a imagem do Aécio não é boa para o partido.”

Marchezan também criticou o presidente Jair Bolsonaro. “Ele não percebeu a força que ele tinha quando ganhou a eleição. Quando ele se elegeu, Bolsonaro deixou os partidos tradicionais de joelhos. E essa era uma grande oportunidade dele abraçar os partidos e de conseguir viabilizar as reformas necessárias.”

Sobre uma possível reeleição, o prefeito não descartou ser novamente candidato. “Eu não gostaria de buscar uma reeleição. Um mandato seria suficiente. Mas, talvez, para seguir o projeto, eu tenha de ser candidato.”

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