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TikTok vira canal de propaganda para o Estado Islâmico

A rede social foi usada para a publicação de vídeos com cadáveres e combatentes armados, junto a mensagens incentivando o recrutamento de terroristas

Por Da Redação 22 out 2019, 15h51

Segundo o jornal americano Wall Street Journal, membros do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) publicaram vídeos curtos de propaganda no app chinês TikTok. A rede social é conhecida pelo conteúdo leve, focado em compartilhamento de músicas e em pequenas esquetes de humor, com, sobretudo, apelo entre adolescentes.

Os vídeos propagandísticos feitos pelo califado foram removidos assim que foram descobertos, seguindo a política de comunidade do aplicativo. Cerca de 25 contas foram identificadas como a origem dos posts, segundo a empresa de inteligência de redes sociais Storyful. Elas estariam sendo usadas como uma possível ferramenta de recrutamento para quando as tropas americanas se retirassem da Síria.

O conteúdo das publicações mostrava cadáveres nas ruas, combatentes do EI armados e mulheres que se autodenominam “jihadistas e orgulhosas”. Alguns dos vídeos usavam músicas criadas pelo IE em conjunto com os filtros de edição disponibilizados pelo TikTok. Em alguns, publicados nas últimas semanas, os cantos entoavam dizeres como “Prometemos lealdade até a morte”.

Propagandas dos IE em redes sociais não são uma novidade, a prática é adotada pelo grupo e desde o seu início (fator propagandístico que o diferencia de outros grupos jihadistas). Em maio deste ano, o YouTube revelou que revisou manualmente mais de um milhão de vídeos acusados de conter conteúdo associado a terrorismo, removendo 90 mil destes por violarem sua política contra terrorismo. Juntando-se aos milhões que já foram removidos automaticamente por uma inteligência artificial, desde 2016.

Esse não é, contudo, o único problema que o TikTok encara. A rede, cujas operações na China são realizadas em torno de estratégias obscuras, nada transparentes e, até onde se indica, com extrema interferência do Partido Comunista, também tem sido apontada como plataforma de promoção de pornografia, tráfico de drogas, pedofilia, dentre várias outras atividades escusas. Isso além de ter se tornado um tipo de arma virtual chinesa contra opositores, a exemplo dos manifestantes de Hong Kong — no caso, estes têm seus discursos censurados no app.

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