A Grande São Paulo vivenciou uma redução de congestionamentos nos últimos três anos. O cálculo foi realizado pela Fundação Instituto Pesquisas Econômicas (FIPE), a partir de dados de viagens da Uber, disponibilizados pela empresa na plataforma Uber Movement, que já divulga análises sobre mobilidade urbana em grandes cidades do mundo, e que passou a incluir São Paulo no dia 24 de abril.
A pesquisa avaliou a diferença entre os tempos médios de deslocamento quando São Paulo está com as ruas livres e quando está congestionada. Com isso, se obtém um índice de lentidão de carros na Grande São Paulo. Assim, descobriu-se que, em 2018, o paulista gastou 23 minutos em deslocamento por conta do trânsito.
Em 2016, a variação entre o tempo das viagens com vias vazias e com trânsito foi de 39,6%. Já em 2018, o índice caiu para 31,4%. Ainda que não seja possível afirmar que os apps de transporte tiveram grande impacto na queda, dados de 2018, também da FIPE, mostram que os aplicativos reduzem a demanda por vagas de estacionamento na cidade, ajudam as pessoas a se locomover até estações de trem ou metrô, aumentam o acesso a vagas de emprego e também geraram um benefício de 34,2 milhões de reais para a economia da região. Ou seja, é quase certo que essas inovações foram determinantes para a diminuição dos congestionamentos.
A análise a partir dos dados da Uber também permitiu perceber o efeito de algumas ocorrências no trânsito da Grande São Paulo, como grandes chuvas e a greve dos caminhoneiros em 2018. Basta uma chuva fraca de 0,1 mm, por exemplo, para aumentar a lentidão no trânsito em 3,9 pontos percentuais.
O colapso de um viaduto na marginal Pinheiros, em novembro de 2018, também serviu de exemplo. O incidente aumentou o índice de congestionamento em 5,1 pontos percentuais por alguns dias. Por outro lado, a greve dos caminhoneiros derrubou em 9,4 pontos a lentidão na Grande São Paulo.