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Picadas de cobra podem ter tratamento mais barato e eficaz com IA

Pesquisa revela como proteínas criadas por IA oferecem solução rápida e estável para neutralizar toxinas, com potencial de salvar vidas em regiões remotas

Por Ligia Moraes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 16 jan 2025, 14h00

Pesquisadores da Universidade Técnica da Dinamarca e do Instituto de Design de Proteínas da Universidade de Washington publicaram na revista Nature um estudo que pode transformar o tratamento de picadas de cobra. Utilizando inteligência artificial (IA), a equipe projetou proteínas que bloqueiam as toxinas do veneno de forma eficiente. Em testes com camundongos, a nova abordagem resultou em taxas de sobrevivência entre 80% e 100%, dependendo da dose e do tipo de toxina.

Por que criar antivenenos ainda é um desafio?

A criação de antivenenos tradicionais é um processo complexo e trabalhoso. Primeiro, animais como cavalos são injetados com pequenas doses de veneno para estimular a produção de anticorpos. Esses anticorpos são então coletados e purificados para criar o antiveneno. Esse método, além de caro, depende de recursos como rebanhos saudáveis e laboratórios especializados. Além disso, os antivenenos precisam ser armazenados em temperaturas muito baixas para manter sua eficácia, o que é um grande desafio em regiões remotas e com infraestrutura precária.

Outro problema é a especificidade dos antivenenos. Como o veneno de cada espécie de cobra é único, o antiveneno precisa ser produzido para toxinas específicas, tornando o tratamento menos eficiente em situações de emergência.

Como a IA pode transformar o tratamento?

A inteligência artificial oferece uma alternativa revolucionária. Em vez de depender do sistema imunológico de animais, os cientistas utilizam programas tecnológicos para projetar proteínas que se ligam diretamente às toxinas do veneno, neutralizando seus efeitos. Essa abordagem elimina a necessidade de imunizar animais, reduz o tempo de produção de meses para semanas e permite que os antivenenos sejam criados em larga escala usando microrganismos como bactérias.

Uma das principais vantagens é a estabilidade térmica dessas proteínas. Como elas não precisam ser refrigeradas, podem ser armazenadas em regiões tropicais ou levadas em kits portáteis, facilitando o acesso a tratamentos imediatos em áreas remotas.

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Qual é o futuro dos antivenenos?

Embora os resultados sejam promissores, a tecnologia baseada em IA ainda enfrenta desafios antes de ser amplamente utilizada. Os antitoxinas projetados atualmente combatem apenas um tipo de toxina, os three-finger toxins, comuns em cobras como as najas. Para oferecer uma solução mais abrangente, os pesquisadores estão desenvolvendo “coquetéis” de proteínas que possam neutralizar as diversas toxinas presentes nos venenos de diferentes espécies.

Além disso, estudos clínicos em humanos são necessários para garantir a eficácia e a segurança desses novos tratamentos. Se bem-sucedida, a abordagem pode complementar ou até substituir os antivenenos tradicionais. Além disso, a tecnologia pode ser adaptada para o tratamento de outras condições médicas, expandindo ainda mais seu impacto.

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