Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

IBM passa a investir em educação no Brasil

Projeto lançado pela empresa permite que alunos consigam os certificados do ensino médio e superior tecnológico em 5 anos

Por Sabrina Brito Atualizado em 5 dez 2018, 16h13 - Publicado em 5 dez 2018, 14h32

Grande parte dos jovens brasileiros parece não gostar de estudar. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo IBGE em 2017, quase 25% das pessoas de 14 a 29 anos de idade não frequentavam a escola em 2016. Desses, cerca de 20% afirmaram não possuir interesse em continuar os estudos. O resultado alarmante atraiu a atenção para o porquê de tamanho desânimo com a perspectiva de obter um diploma e as possíveis formas de reverter a situação. 

O novo projeto de reformulação da Base Nacional Comum Curricular, que vem sido discutido há alguns anos, tem como pretensão consertar esse e outros problemas ao flexibilizar o currículo do ensino médio no Brasil. Mas há outros programas que se aproveitarão do cenário em mudança para agir.

Um exemplo é o P-TECH, modelo educacional sustentado pela gigante do ramo tecnológico IBM, que permite ao estudante se formar no ensino médio, técnico e superior tecnólogico em cinco anos. O projeto é uma parceria com o Centro Paula Souza, autarquia do Governo do Estado de São Paulo. 

A iniciativa confirma a tendência mundial das grandes companhias de tecnologia que vêm investindo no ramo da educação. A Microsoft, por exemplo, tem aumentado sua presença na plataforma digital edX, onde o usuário encontra diversos cursos universitários online. A Google, por sua vez, anunciou um programa de ensino, o Google IT Support Professional Certificate, com aulas dadas por especialistas da empresa, com a meta de preparar os alunos sobre a teoria e a prática do mundo da tecnologia da informação. Todos esses modelos têm como foco a educação relacionada à tecnologia.

Outro ponto em comum entre essas iniciativas é o fato de terem como alvo principal o público de baixa renda. O P-TECH será público e gratuito, o curso da Google oferece bolsas, e assim por diante.

Continua após a publicidade

A instalação do P-TECH se dará em dois locais: na Zona Leste da capital paulista e na cidade de Americana, próximo a um centro da IBM em Hortolândia. As aulas, que farão parte do curso “Análise e desenvolvimento de sistemas”, começarão em fevereiro de 2019 e a seleção se dará por meio de um vestibular. 

O programa teve início em Nova York, em 2011. No entanto, há uma diferença substancial entre a aplicação do sistema aqui e nos Estados Unidos. Naquele país é permitido ingresso aos jovens que cursem simultaneamente o ensino médio e o superior. Aqui é preciso fazer primeiro o médio.

Em conversa com VEJA, Juliana Nobre, gerente de Cidadania Corporativa da IBM Brasil, afirmou que o objetivo é formar pessoas com competência digital que podem ser aplicadas em qualquer área da economia. “O jovem é o melhor investimento possível”, comenta ela, explicando que a empresa contribuirá ao projeto com orientação, workshops e oportunidades de estágio.

Continua após a publicidade

Um estudo realizado em 2013 pela Fundação Victor Civita em parceria com o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento, o Banco Itaú e a Fundação Telefônica Vivo buscou investigar as razões por trás do grande número de jovens brasileiros que desistem dos estudos. Levando em conta os relatos de mil alunos, o trabalho indicou que os jovens não enxergam utilidade no conteúdo aprendido em sala de aula. Segundo a pesquisa, esses indivíduos anseiam por entrar o quanto antes no mercado de trabalho, e, por isso, muitos param de estudar para focar na vida profissional.

Do ponto de vista de Laura Laganá, diretora-superintendente do Centro Paula Souza, a IBM pode influenciar nessa questão. “O P-TECH pode ajudar a mostrar ao jovem que o que está sendo ensinado é útil”, comentou. “Faltava ao Centro conseguir aplicar na prática o que era ensinado. A expertise da IBM está sendo aliada a quem pode disseminar esse conhecimento todo”, concluiu.

O novo modelo procura também solucionar possíveis problemas indicados por algumas pesquisas. A International Data Corporation, por exemplo, comprovou, por meio de um estudo, que a América Latina passará por uma escassez de mais de 550 mil profissionais de tecnologia da informação em 2019. Os setores das novas tecnologias, como cibersegurança e inteligência artificial, serão os que mais sofrerão.

Caso seja bem recebido, o projeto da IBM pode motivar o lançamento de programas similares que, juntos, ajudem a suprir essa futura carência de profissionais do ramo da tecnologia.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.