Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Astrologia ganha fôlego na internet com interesse dos ‘millennials’

Assunto a voltar a ter uma aura pop e fez a roda da fortuna girar para aplicativos especializados em previsões

Por Giovanna Romano Atualizado em 27 set 2019, 09h55 - Publicado em 27 set 2019, 06h55

“Mudanças trazidas pela rotação do planeta bytes criam novas oportunidades de relacionamento e abrem as portas para a prosperidade.” O guru que tivesse feito essa previsão sobre o futuro da astrologia em meados da década de 90 acertaria em cheio. As possibilidades geradas pela internet ajudaram o assunto a voltar a ter uma aura pop e a conquistar adeptos. Os velhos horóscopos se reinventaram na forma de modernos aplicativos para a massa de pessoas que vivem com um olho no smartphone e o outro nas estrelas, fenômeno que provocou um alinhamento jamais visto de investidores em torno do negócio.

Nos Estados Unidos, a roda da fortuna girou na direção de startups como a Co-Star, plataforma lançada em 2017 que já contabiliza mais de 5 milhões de downloads. Fundada pela escorpiana Banu Guler, a empresa usa dados da Nasa para identificar o posicionamento das estrelas e planetas no céu no momento em que o usuário nasceu e, assim, fazer o mapa astral dele. No começo de 2019, a companhia recebeu uma injeção de capital de 5 milhões de dólares, um recorde nesse mercado, feita por investidores do Vale do Silício. Outro app americano, o Sanctuary, conhecido como o Uber da astrologia, que conecta astrólogos a usuários, obteve 1,5 milhão de dólares da incubadora Five Four Ventures também neste ano.

ESCORPIANA - Banu Guler, fundadora da Co-Star: investimento recorde (Bridget Badone/VEJA)

O que vem impulsionando o negócio é o interesse dos millennials, como são chamados os nascidos entre as décadas de 80 e 90, os primeiros a viver em um mundo totalmente conectado. “Essa geração busca narrativas que não sejam apenas racionais para pensar o futuro”, acredita Rebeca de Moraes, fundadora e diretora da Trop, empresa especializada em estudo de tendências de mercado na América Latina. Esse tipo de audiência cria possibilidades quase infinitas para o lançamento de produtos e serviços aproveitando-se do renascimento do misticismo.

Em 2018, por exemplo, Maria Grazia Chiuri, diretora criativa do gigante francês Dior, desenvolveu estampas com figuras do tarô para lenços de seda, pulôveres e jaquetas bomber com patches. “Os jovens estão vivendo em um momento de crise da verdade. Quando não se pode acreditar na sociedade, procuramos respostas que ultrapassam a razão”, afirma o psicanalista Lucas Liedke, um dos criadores da plataforma Peoplestrology, lançada no Brasil em 2018. O serviço se propõe a investigar a relação da astrologia com temas da atualidade, em busca de novas tendências culturais e comportamentais.

Continua após a publicidade
CELEBRIDADE - Susan Miller: página com mais de 300 milhões de acessos (Sunny Shokrae/VEJA)

Se os millennials formam o público­-­alvo, a internet é o universo perfeito para a propagação da Era de Aquário. Entre 2016 e 2017, de acordo com dados do Tubular Labs, ferramenta especializada em medir redes sociais, as buscas por vídeos de astrologia no YouTube aumentaram 67%. No Facebook, a procura pelo termo evoluiu 116% e, no Twitter, o assunto cresceu 300%. Profissionais mais antigas dessa área vêm investindo pesado do mundo digital, caso da americana Susan Miller, considerada a astróloga mais famosa do mundo desde a década de 90. Seu website astrologyzone.com acumula mais de 300 milhões de visualizações por ano. Embora tenha embarcado na onda digital, ela reserva críticas a seus concorrentes, como a Co-Star. “É preciso ficar atento às informações genéricas que circulam pela internet”, afirmou ela a VEJA. No Brasil, começaram a proliferar nos últimos tempos perfis no Instagram, aplicativos e podcasts. Tem gente até fazendo mapa astral pelo WhatsApp. Um dos casos de sucesso é o da gaúcha Bruna Paludo, ou a Madama Br000na, como é conhecida nas redes sociais, onde possui mais de 170 000 seguidores. Outra figura de destaque é Paula Pires, que conta com mais de 40 milhões de visualizações no YouTube. No espaço, dá dicas variadas, incluindo de autoajuda. Ela e suas colegas passaram a ser enquadradas em uma nova categoria profissional: a de “astroinfluencers”. Essa ninguém conseguiria prever.

Publicado em VEJA de 2 de outubro de 2019, edição nº 2654

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.