Facebook anuncia game e novos recursos de realidade virtual
A aposta é ainda de que essas tecnologias substituam aplicativos que hoje promovem as interações feitas nas redes sociais da empresa
Em 2014, quando Mark Zuckerberg anunciou a compra da startup Oculus, de hardware de realidade virtual (RV), por 2 bilhões de dólares, pouco se sabia dos planos da empresa para esse mercado. Na época a tecnologia era bastante desajeitada, com dispositivos grandes e pesados, e era tido como regra que causava náuseas na maioria dos que tentavam passar mais que dez minutos nas primeiras simulações disponíveis. Mas, nesta quarta-feira 25, na abertura do Oculus Connect, evento da empresa dedicado à inovação em RV, realizado na Califórnia, o Facebook mostrou como avançou no desenvolvimento dos produtos feitos pela empresa que adquiriu — e que, agora, estão mais ‘usáveis e sociais’, bem condizentes com as ambições da companhia de Zuckerberg.
O Oculus Quest, opção sem fio de óculos RV lançada em 2018 por 399 dólares (o preço continua o mesmo), ganhou a capacidade de rastrear as mãos do usuário para simulá-las em ambientes em 3D. A novidade, que chega no mercado em 2020, se trata do primeiro esboço para substituir o par de controles que acompanha todos os kits de óculos de realidade virtual. Além disso, com captura de gestos das mãos, espera-se acelerar a adoção do produto, uma vez que se reduz as barreiras de adaptação para que novos usuários se familiarizem com os ambientes simulados.
Outro importante anúncio da conferência foi o Facebook Horizon, um tipo de jogo no qual as pessoas poderão “construir seus próprios mundos, jogar games, explorar e bater um papo com amigos”, com ajuda da realidade virtual. Funcionará aos moldes do que foi imaginado com o game Second Life, famoso na década passada. Com previsão de lançamento também em 2020, Horizon trata-se de uma substituição para dois experimentos de realidades virtuais da empresa: o Facebook Spaces e o Oculus Rooms.
Nas palavras dos executivos da empresa, o objetivo das novidades é o de construir uma nova plataforma social, baseada “na presença e na interação entre as pessoas”, e não mais em aplicativos. Seria ainda um jeito de Zuckerberg criar um possível caminho para a evolução dos seus negócios, tornando o Facebook algo além das redes sociais que possui?