No final de 2022, o ChatGPT surpreendeu o mundo das inteligências artificiais e provocou uma disputa entre as gigantes de tecnologia. Desde lá, as capacidades só cresceram. Em uma carta aberta publicada nesta quarta-feira, 29, Elon Musk e pelo menos mil outros signatários pediram uma pausa no desenvolvimento dessas tecnologias, com a justificativa de repensar os riscos potenciais para a humanidade.
Idealizada pela organização sem fins lucrativos Future of Life Institute, a mensagem pede uma pausa de seis meses no treinamento e desenvolvimento desses robôs. O objetivo é que durante esse tempo protocolos de segurança sejam criados por essas empresas e auditados por experts independentes. “Sistemas poderosos de IA só devem ser desenvolvidos quando estivermos confiantes de que seus efeitos serão positivos e seus riscos, gerenciáveis”, diz a carta.
Apenas esse mês pelo menos três grandes anúncios foram feitos nesse campo: a OpenAI disponibilizou o GPT-4, versão mais recente e poderosa do ChatGPT; a Microsoft anunciou a capacidade do Bing de criar imagens a partir de pedidos dos usuarios; o Google permitiu que a sua inteligência artificial, o Bard, começasse a ser testado pelo público.
Entre os riscos descritos pela carta estão a disseminação de propaganda e desinformação, a automação de empregos, a potencial obsolescência humana e o risco de perder o controle da civilização. Além de Musk, a lista de signatários conta com pioneiros no desenvolvimento desses softwares, como Yoshua Bengio, conhecido como padrinho das IAs; Stuart Russell, que esteve na vanguarda desse campo de pesquisa; o cofundador da Apple, Steve Wozniak, e o CEO da Stability AI, Emad Mostaque.