Um drone da Força Aérea Brasileira que estava auxiliando no resgate de pessoas ilhadas caiu no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, 7. O acidente ocorreu em uma área não habitada e não deixou feridos.
Desde o último domingo, a Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) foi disponibilizada pela Força para auxiliar no resgate de moradores vitimas da tragédia climática que atingiu o estado. Na segunda, a FAB informou que em 24 horas de operação o equipamento já havia ajudado a recuperar 36 pessoas.
Os detalhes do acidente não foram informados, mas, segundo a nota da Força, houve um “problema técnico” que o fez colidir com o solo. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) irá investigar a causa do ocorrido.
O equipamento é um dos RQ-900 pertencentes à base aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, e faz parte do Esquadrão Hórus, do 12º Grupo de Aviação. Com autonomia de mais de 30 horas de voo, o drone conta com dez câmeras de alta resolução que permitem monitorar uma extensa área. A recomendação era de que ao visualizar ou ouvir a aeronave as pessoas que precisassem de resgate saíssem dos abrigos, sinalizassem ou fizessem marcas em alguma superfície, de forma a facilitar a identificação para que o apoio fosse realizado.
Em nota enviada a VEJA antes do acidente, a empresa israelense Elbit Systems, fabricante do equipamento, informou que o modelo, antes disponível apenas para os militares do país, é um dos principal entre os veículos aéreos não tripulado de longa duração e média altitude e que o Brasil foi um dos seus primeiros usuários. “Embora o Hermes 900 tenha sido originalmente projetado para missões militares de inteligência, vigilância e reconhecimento, suas características avançadas, variedade de cargas úteis e flexibilidade operacional também possibilitam seu uso dual para aplicações civis e paramilitares, como patrulha de fronteira, desmatamento, avalanches, proteção oceânica contra vazamentos de óleo, incêndios e até inundações.”
Durante a copa do mundo de 2014, quando os primeiros equipamentos desse modelo já tinham sido entregues ao Brasil, ele foi utilizado no monitoramento de segurança dos jogos. Ainda de acordo com a empresa, no Chile essa versão do drone é utilizada anualmente para o combate a incêndios. “Os operadores do drone passam por treinamento especializado para operar o veículo aéreo em si, bem como para a variedade de cargas úteis instaladas na plataforma”, diz a nota.
Esse era o único drone autorizado a sobrevoar a área, pois o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) proibira a uso de equipamentos particulares, que poderiam atrapalhar as aeronaves atuantes no resgate.
Além do ARP e de 900 homens, as forças armadas brasileiras ainda disponibilizaram ao menos quatro aeronaves, 30 helicópteros, 85 equipamentos de engenharia, 182 embarcações e 866 viaturas para auxiliar na recuperação de vítimas e assistência aos sul-rio-grandenses atingidos.