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Como funciona o exoesqueleto que será testado em São Paulo

Aparelho chega ao Brasil em breve para comprovar e medir a melhora do condicionamento físico de pacientes com lesão medular

Por Valéria França
Atualizado em 4 jul 2023, 10h30 - Publicado em 4 jul 2023, 08h00

O exoesqueleto é uma roupa mecânica, com motores e sensores, com tecnologia de ponta, capaz de possibilitar que pessoas com lesão medular andem. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e a Rede Lucy Montoro fecharam parceria com três fabricantes de diferentes países – China, Coréia e França – para executar uma pesquisa de reabilitação física. “Esse aparelho é uma espécie de bicicleta ergométrica do futuro”, diz Linamara Rizzo Battistella, presidente do conselho diretor do Instituto de Medicina Física e Reabilitação do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP).

Com protocolos bem desenhados, os testes devem identificar e medir a eficiência desse aparelho na recuperação física de pessoas que não possuem os movimentos das pernas. Composto por 12 motores distribuídos nas principais articulações do corpo humano, a roupa é acionada pelo mais sutil movimento, colocando o paciente em pé. “Pode ser o simples levantar dos ombros”, exemplifica a fisiatra Linamara.

Especialistas apontam que a marcha livre proporciona uma melhora física significativa. Além do impacto positivo na função cardiopulmonar e renal, há ganhos nas atividades motoras e cognitivas. “Só o ato de levantar já é um excelente estímulo para todo o organismo, inclusive na memória executiva do cérebro, que vai apagando devido ao sedentarismo comum a condição”, conta Linamara.

O modelo mais sofisticado é o francês, o Atalante X, que tem valor aproximado de 120.000 dólares. O equipamento consegue identificar o esforço do paciente durante o movimento e determina o quanto a máquina trabalha por ele. Por isso, é possível avaliar com precisão os avanços da capacidade física ao longo dos treinos. Há planos de incluir a tecnologia na recuperação de pessoas com outras doenças neurológicas degenerativas, caso do Parkinson.

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“Venho acompanhando o desenvolvimento desse aparelho há mais de uma década”, diz Linamara. No passado pesava 24 quilos, hoje, um terço disso. Também ficou fácil de vestir. O usuário precisa apenas da ajuda de um cuidador ou auxiliar, que não precisa ser treinado.

“Não demora para os modelos ficarem ainda mais simples, portáteis e mais baratos.” Segundo ela, esse aparelho vai preparar pessoas com lesão medular, como a senadora Mara Gabrilli (PSD-SP), que já experimentou a roupa, para os implantes cerebrais, que já existem em outros países. “O corpo precisa estar apto para esse novo passo. E o exoesqueleto é fundamental para isso.”

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A senadora Mara Gabrilli (PSD-SP) já experimentou o equipamento – (Reprodução/Arquivo pessoal)
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