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Como “Blue Prince” conquistou a crítica ao misturar tabuleiro e videogame com maestria

Jogo independente criado ao longo de oito anos por um único desenvolvedor apresenta mistério envolvente e mecânica que recompensa os jogadores persistentes

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 24 jun 2025, 14h25

O calendário de lançamentos de games de 2025 tem sido surpreendente pela qualidade dos títulos de estúdios menores. Entre tantas boas novidades, um pequeno jogo desenvolvido por um único desenvolvedor tem recebido notas máximas em resenhas. Trata-se de Blue Prince, um quebra-cabeça imersivo e intrincado que garante horas de desafio mesmo depois que a resolução principal é encontrada.

A premissa é simples. O jogador controla Simon P. Jones, um jovem que recebe como herança a mansão Mt. Holly State do avô. Chega ao enorme terreno com o objetivo de alcançar a misteriosa Sala 46. Não pode se hospedar dentro da casa e fica em uma cabana do lado de fora. Todas as manhãs, entra na casa e precisa navegar pelos cômodos, que mudam sempre, dentro de um grid com 5×9 espaços (totalizando 45 salas). A cada porta que encontra ele usa um sistema de plantas baixas (“blueprints“) para escolher um entre três opções. As alternativas são sempre diferentes. Há cômodos com efeitos positivos, enquanto outros impõem penalidades. No caminho, é possível encontrar ferramentas que facilitam a navegação, bem como moedas, usadas para comprar itens, chaves e joias, estas fundamentais para abrir alguns tipos de salas.

A cada nova porta, o jogador precisa escolher entre três diferentes cômodos, e a rotação muda a cada partida
A cada nova porta, o jogador precisa escolher entre três diferentes cômodos, e a rotação muda a cada partida (Blue Prince/Divulgação)

Há um limite de 50 passos por dia, gastos à medida que o jogador entra em diferentes salas cômodos. Se alcançar o limite, é preciso descansar e recomeçar a jornada no dia seguinte. Com exceção de alguns (poucos) bônus permanentes, tudo o que foi encontrado naquele dia é perdido. Também é possível encerrar a exploração quando o jogador fica sem opções de salas para abrir. 

O segredo é a repetição. Mas engana-se quem pensa que o game é monótono. A cada dia o jogador descobre algum segredo que será útil na rodada seguinte. Pode ser uma sala nova, que passa a aparecer na rotação de opções, uma senha para um cofre, ou ainda algum documento que conta a problemática história da família. Tudo, dos quadros com ilustrações nas paredes às fotografias escondidas em gavetas, tem algum significado. Mesmo depois de decifrar o principal enigma do jogo e alcançar a 46ª sala, dá vontade de voltar à mansão para tentar descobrir todos os mistérios que ficaram abertos.

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Blue Prince é basicamente o trabalho de um único desenvolvedor, o americano Tonda Ros, que trabalhou durante oito anos e gastou as próprias economias para tornar realidade seu projeto. Depois de assistir ao documentário Indie Game: The Movie (que retrata os desafios e recompensas de três projetos independentes, Super Meat Boy, Braid e Fez), se sentiu inspirado a tentar criar o próprio game. Baseou-se em jogos de tabuleiro, em Magic: The Gathering e no livro “Maze: Solve the World’s Most Challenging Puzzle”, publicado por Christopher Manson em 1985 e repleto de desafios, para criar um tipo de jogo de tabuleiro digital. Quem está acostumado a board games vai reconhecer algumas das mecânicas utilizadas. 

Para desenvolver o belo visual, feito com a técnica de cel shading, que dá uma aparência de desenho em 2D, Tonda Ros chamou o diretor de arte Davide Pellino, que fez um excelente trabalho. Os tons de azul e o aspecto misterioso contribuem muito para a ambientação. E a trilha sonora, assinada pelo duo de jazz Trigg & Gusset, aumenta ainda mais o clima de mistério.

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É preciso vasculhar cada documento e foto em busca de pistas para os mistérios do game (Blue Prince/Divulgação)
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Desde seu lançamento, o game vem acumulando avaliações com nota máxima em alguns dos principais veículos dedicados à cobertura de games. Não é para menos. É daqueles títulos que deixam uma impressão duradoura na memória de quem jogou.

Blue Prince foi lançado para PlayStation 5, Xbox Series S/X e PC. No Xbox, está disponível no serviço de assinatura Game Pass.

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