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A queda da Apple

Devido à diminuição de interesse por iPhones, fabricante reduziu sua expectativa financeira. Nos últimos 3 meses, perdeu o equivalente ao valor do Facebook

Por Filipe Vilicic Atualizado em 11 jan 2019, 07h00 - Publicado em 11 jan 2019, 07h00

Em 2013, 1 500 clientes formaram fila em frente à loja da Apple na Quinta Avenida, em Nova York, à espera do iPhone 5S. A cena se repetiu ao redor do mundo, em que pese o fato de que o produto ficaria disponível logo para vendas on-line. “É obviamente um culto”, chegou a analisar a historiadora Erica Robles-Anderson, pesquisadora de fenômenos tecnológicos da Universidade de Nova York, ao observar os então apelidados de applemaníacos. Se a Apple instigou a idolatria, sobretudo depois do lançamento do iPhone, em 2007, é certo que agora a companhia americana tem perdido devotos.

Um dos sinais mais evidentes veio no último dia 2, quando o CEO Tim Cook anunciou a acionistas que, pela primeira vez desde 2002, a empresa não atingirá sua meta de faturamento. A receita, a ser divulgada nas próximas semanas, deve ficar 10% menor. A estimativa era que a companhia faturasse 93 bilhões de dólares no último trimestre. Cook baixou a expectativa para 84 bilhões, justificando-se: “Não previmos a magnitude da desaceleração econômica, particularmente na China. As vendas de iPhones foram menores”. Como resultado, registrou-se queda nas ações (confira o quadro abaixo). Nos últimos três meses, porém, o valor de mercado da Apple já vinha caindo. Saiu de mais de 1 trilhão de dólares e ficou na casa dos 670 bilhões — perda equivalente ao valor de um Facebook inteiro.

(Arte/VEJA)

A explicação do CEO, contudo, não convenceu. No país asiático, que é o maior mercado de celulares do planeta, a Apple aparece apenas em quinto lugar entre as maiores fabricantes de smartphones, atrás de marcas locais como a Huawei. Faz anos que o gigante tenta se firmar em solo chinês, sem sucesso. Na verdade, a razão da crise é outra: os clientes não cultuam mais a Apple como antes. Segundo a consultoria Bay Street, em 2015 os consumidores mudavam de modelo a cada dois anos. Agora, o ritmo é de três em três — e tende a aumentar. Em 2002, na última crise da Apple, Steve Jobs (1955-2011) disse: “Temos produtos novos e maravilhosos em desenvolvimento”. Desta vez, Cook não teve o que oferecer.

Publicado em VEJA de 16 de janeiro de 2019, edição nº 2617

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