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Veja os avanços realizados em 2022 para prevenir e combater o câncer

Métodos para detecção precoce de tumores e adoção de novas terapias foram conquistas deste ano

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 dez 2022, 19h58

O câncer continua sendo um desafio para a ciência e as projeções indicam que a doença deve continuar aumentando nos próximos anos. No Brasil, por exemplo, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima 704 mil novos casos por ano entre o próximo ano e 2025, considerando os 21 tumores mais incidentes no país. Apesar dos dados preocupantes, 2022 pode ser celebrado por ter trazido importantes avanços para a prevenção e o tratamento.

O rastreamento do câncer por meio de exame de sangue, desenvolvido por pesquisadores britânicos e indicado para indivíduos assintomáticos, foi um dos destaques deste ano, segundo a oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e integrante da câmara técnica Ministério da Saúde para estratégias de eliminação do câncer do colo do útero.

“O novo exame, chamado Trucheck, identifica o câncer de mama em 92% dos casos, eficácia superior à da mamografia. Pode ser um divisor de águas na triagem, pois a detecção precoce do câncer de mama é vital para o sucesso do tratamento e cura”, afirma.

Ainda para o câncer de mama, as terapias direcionadas, que atacam apenas as células cancerígenas e preservam as saudáveis, tiveram seu uso ampliado. Essa classe de drogas está liberada no país com a aprovação dos fármacos trastuzumab deruxtecan e a sacituzumab govitecam. Pacientes que não eram elegíveis para um desses medicamentos, foram beneficiadas por estudos também divulgados neste ano.

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“A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou em outubro uma nova indicação para a droga trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) que contempla pacientes da categoria HER2-low. Anteriormente, elas eram descartadas para este tipo de tratamento, mas uma nova pesquisa indicou que poderiam se beneficiar da abordagem.”

O HER2  é um receptor de crescimento que indica para as células quando crescer e quando interromper o crescimento. Em pacientes com câncer, isso pode levar ao crescimento descontrolado das células, causando uma forma mais agressiva da doença. “As estimativas mostram que pelo menos 55% das pessoas com câncer de mama se enquadram nessa categoria e, agora, têm uma nova estratégia para direcionar e tratar a doença”, completa a oncologista.

Para o câncer colorretal, houve o impressionante estudo com o uso do anticorpo monoclonal dostarlimab que fez a doença desaparecer em 100% dos participantes, um grupo de 12 voluntários que permaneceu com os resultados animadores por um ano. “O tratamento é limitado a uma parcela de 5% a 10% das pessoas com câncer de reto, pois é preciso ter síndrome de Lynch, uma condição genética que causa predisposição à doença. Mas a nova prática é animadora e abre caminhos para novas abordagens contra a doença”, avalia Angélica.

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As pacientes em estágio avançado do câncer de ovário, o oitavo mais comum em mulheres no mundo, ganharam uma opção para lutar contra a doença. Para elas, o tratamento indicado é a cirurgia seguida de quimioterapia à base de platina. No entanto, é comum que as pacientes desenvolvam resistência à platina, impactando o tratamento.

“A boa notícia é que houve um ganho na sobrevida global dessas pacientes com o uso de terapia direcionada com inibidores da PARP, que impedem a ação dessa enzima, em câncer de ovário em tratamento inicial.”

Apesar das dificuldades ainda presentes, é possível dizer que os próximos anos continuarão sendo de avanços para cuidar da melhor forma dos pacientes e renovar a esperança de que o câncer pode, um dia, ser combatido antes de causar tantas dores e perdas.

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