Especialistas em Israel alertaram nesta segunda-feira, 5, para a possibilidade da vacina contra o novo coronavírus ser menos eficaz contra a variante Delta, detectada pela primeira vez na Índia. Com a maioria da população vacinada com o imunizante da Pfizer-BioNTech, a crescente de novos casos no país pode ser encarada como um “sinal preliminar” da resistência da variante.
Apesar do alerta, Ran Balicer, presidente do painel nacional de especialistas sobre a Covid-19 enfatizou que ainda é muito cedo para avaliar com clareza a eficácia do imunizante contra a nova cepa. Um dos principais fatores para isso é o baixo número de casos entre israelenses completamente vacinados e à diferença nos índices de testes entre as regiões, havendo dificuldade de se chegar a uma conclusão sobre os dados.
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Balicer disse ainda à AFP que o surgimento da variante Delta como a cepa dominante no país levou a uma nova dinâmica de transmissão. Israel iniciou sua campanha de vacinação ainda em dezembro e foi um dos países mais rápidos do mundo na campanha, o que levou a cientistas do mundo inteiro a observar o país para entender se a imunização em massa é uma possibilidade para acabar com a pandemia.
Até antes da disseminação da Delta, o país estava registrando cerca de apenas cinco casos por dia. Após a sua chegada, o número saltou para 300 casos diários, sendo cerca de metade registrados em crianças e a outra metade em adultos vacinados.
Balicer afirma que, com cerca de 85% dos israelenses vacinados, já era esperado que os casos começassem a aparecer naqueles que já tomaram a vacina. Porém, a alta taxa vista pode sugerir uma perda da eficácia do imunizante contra apenas casos leves da doença. Apesar disso, ainda é muito cedo para tirar conclusões concretas a respeito disso.
O primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, alertou no domingo que com o possível descontrole da variante Alfa no país novas medidas de restrição podem voltar a vigorar em todo o território nacional.
Ran Balicer disse ainda que é pouco provável que os números de casos diários caiam sem a adoção de nenhuma medida restritiva, porém reiterou que o ritmo da campanha de vacinação e a ausência de casos graves são indicativos de que não haverá uma grande disseminação.
Desde o início da pandemia, Israel já registrou mais de 843 mil casos e apenas 6.428 mortes. Nesta segunda-feira o país chegou ao décimo segundo dia sem registrar nenhum óbito nas últimas 24 horas.