A variante delta, originária da Índia, já foi identificada em pelo menos 181 municípios brasileiros. De acordo com levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), o número representa 7,7% das 2.344 cidades que participaram da última edição da pesquisa CMN, o que representa 42,1% dos municípios do Brasil.
Em 88% das cidades, a nova cepa não foi identificada. Embora a taxa seja baixa, “o percentual é quase o dobro das edições anteriores da pesquisa”, alerta a CNM. O relatório foi feito com base em dados coletados entre os dias 30 de agosto e 2 de setembro. Na edição anterior, que coletou dados entre 23 e 26 de agosto, a delta estava presente em 5,4% dos municípios. O incremento de 2,3 pontos percentuais corresponde a 72 novos municípios que antes não tinham registros de circulação desta variante.
A disseminação da variante delta é uma grande preocupação para as autoridades de saúde. Considerada mais transmissível e ligeiramente menos suscetível às vacinas – em especial quando o esquema vacinal ainda está incompleto -, teme-se que ela cause por aqui uma nova onda de infecções pelo novo coronavírus, como observado no Reino Unido, Estados Unidos e Israel.
No Rio de Janeiro, estado considerado o epicentro da doença no país, cerca de 90% da amostras sequenciadas entre 4 e 16 agosto deram positivo para a delta. A vacinação completa é a melhor forma de proteger contra a nova variante. Dados do levantamento da CNM mostram que a população vacinada com a primeira dose ultrapassa 90% em apenas 19,8% dos municípios. Em 48,4%, a taxa varia de 70% a 90% e em 24%, entre 50% e 70%.
A população com o esquema vacinal completo é entre 30% a 50% em 54,2% dos municípios. Em 19,2%, está entre 30% a 50%; e em 16,8% das cidades a imunização já está completa em 10% a 30% da população.