Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

Vacina contra HPV pode erradicar câncer de colo do útero

Estudos mostram que se a vacinação contra o HPV for bem sucedida, este tipo de tumor pode desaparecer em algumas décadas nos países desenvolvidos

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 dez 2020, 14h22 - Publicado em 9 jul 2019, 17h55
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A vacinação contra o HPV pode ser capaz de erradicar o câncer de colo do útero. É o que mostra um estudo financiado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado recentemente na revista científica The Lancet. Dez anos após o início da vacinação como medida de saúde pública em países desenvolvidos, houve uma queda significativa no número de infecções por HPV e de lesões pré-cancerosas no colo do útero. Segundo os pesquisadores, isso indica que a eliminação do câncer cervical – definida como menos de 4 casos por 100.000 – pode ser possível se uma cobertura vacinal suficientemente alta puder ser atingida e mantida.

    “Nosso trabalho sugere que em países desenvolvidos com alta cobertura vacinal e onde várias faixas etárias de meninas (por exemplo, 9-18 anos) foram vacinadas no início do programa, o câncer de colo do útero pode ser eliminado nas próximas décadas.”, disse a epidemiologista e principal autora do estudo Mélanie Drolet, da Universidade Laval, no Canadá.

    Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade Laval, no Canadá, revisaram 65 estudos, com dados provenientes de 14 países que iniciaram a vacinação contra o HPV há cerca de uma década, totalizando 60 milhões de pessoas. As informações analisadas foram: taxa de HPV, número de casos de verrugas genitais e células pré-cancerosas no colo do útero antes do início da vacinação e até oito anos depois do início da disponibilização da vacina como medida de saúde pública.

    Os resultados mostraram que:

    Vale ressaltar que a queda foi maior em países em que um grupo maior de pessoas foi vacinado e onde a cobertura vacinal era mais alta.

    Continua após a publicidade

    É importante mencionar que a alta cobertura de vacinação e o rastreamento do câncer do colo do útero devem ser mantidos após a queda e possível erradicação do câncer cervical para evitar seu retorno

    Mélanie

    Recentemente, um painel da FDA, agência americana que regula medicamentos, recomendou que a vacina, cuja aplicação está concentrada em pessoas jovens que ainda não iniciaram a vida sexual, pode beneficiar homens e mulheres de 27 a 45 anos, que não foram vacinados adequadamente. Neste caso, a imunização deve ser feita mediante decisão clínica compartilhada.

    Vacinação no Brasil

    No Brasil, o imunizante está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2014. Atualmente, a vacina contra o HPV é indicada para meninas entre 9 e 14 anos e meninos de 11 a 14. Também fazem parte do público-alvo pessoas vivendo com HIV/aids, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea e pacientes oncológicos com idade entre 9 e 26 anos. O esquema vacinal é de duas doses, com intervalo de seis meses entre elas.

    A cobertura vacinal atual está bem abaixo dos 80% recomendados. Apenas 51,4% das meninas de 9 a 15 anos e 22,4% dos meninos de 11 a 14 anos completaram o esquema vacina com a segunda dose. O Ministério da Saúde reforça que a cobertura vacinal só está completa com as duas doses. Mais de 9,2 milhões de adolescentes ainda precisam ser vacinados com a 1º e a 2º dose em todo o país.

    Continua após a publicidade

    Os números permanecem baixos desde as primeiras campanhas de vacinação contra o HPV. A baixa adesão pode ser explicados por um conjunto de fatores: insuficiência de informação adequada sobre a eficácia e segurança da vacina para os pais e adolescentes, associação do HPV ao início da vida sexual e supostos efeitos adversos relatados por meninas no início da campanha de vacinação em 2015.

    O público-alvo, composto por adolescentes, também dificulta a vacinação. Em entrevista anterior à VEJA, o pediatra Ricardo Becker Feijó, chefe da Unidade de Adolescentes do Hospital das Clínicas de Porto Alegre (HCPA-RS), explicou que “os adolescentes em geral têm muitos temores sobre procedimentos invasivos e dolorosos e tendem a achar que estão imunes a doenças e situações de risco. Isso faz com que seja mais difícil convencê-los da necessidade de tomar uma vacina, que é uma medida preventiva contra alguma doença que eles podem adquirir no futuro”.

     

    HPV e

    O papilomavírus humano (HPV) é a doença sexualmente transmissível (DST) mais comum, e tem mais de 40 subtipos, alguns dos quais podem causar câncer cervical e verrugas genitais. Pelo menos 50% dos homens e mulheres sexualmente ativos contrairão HPV em algum momento de suas vidas. Além do câncer do colo do útero, mais de 90% dos casos de câncer anal e 63% dos cânceres de pênis são atribuíveis à infecção pelo HPV, principalmente pelo subtipo 16.

    De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer cervical é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina (atrás do câncer de mama e do colorretal) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil. Em 2018, foram  16.370 novos casos da doença.

    Continua após a publicidade

    Na maioria das pessoas, a infecção pelo HPV é assintomática. Em alguns casos, o vírus pode ficar anos sem manifestar qualquer sinal, at�� que a diminuição da resistência do organismo pode desencadear a multiplicação do HPV e, consequentemente, provocar o aparecimento de lesões. A maioria das infecções em mulheres é curada espontaneamente, pelo próprio organismo.

    Nos casos sintomáticos, as lesões incluem verrugas na região genital e no ânus, lesões subclínicas (não visíveis ao olho nu)  na vulva, vagina, colo do útero, região perianal, ânus, pênis,  bolsa escrotal e região pubiana. Menos frequentemente, podem estar presentes em áreas extragenitais, como conjuntivas, mucosa nasal, oral e laríngea.

    O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais, dependendo do tipo de lesão. Já o tratamento pode ser feito por substâncias químicas, estimuladores da imunidade ou cirurgia. As principais formas de prevenção são pela vacina, o exame preventivo (papanicolau) periódico e o uso de preservativo nas relações sexuais.

    Nas mulheres, a vacina contribui para redução da incidência do câncer de colo de útero, vulva e ânus. A imunização também previne verrugas genitais, boca e orofaringe, em mulheres e homens. Nos meninos, previne contra os câncer de pênis, garganta e de ânus e outras doenças diretamente relacionadas ao vírus.

    A vacina oferecida pelo SUS é a quadrivalente, que protege contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18) responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero em todo mundo e por 90% das verrugas anogenitais.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.