Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Três mulheres ficam cegas após tratamento com células-tronco

Terapia não-comprovada para tratar doença ocular acabou cegando idosas na Flórida

Por Da Redação Atualizado em 17 mar 2017, 18h45 - Publicado em 16 mar 2017, 19h46
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Três mulheres, com idade entre 72 e 88 anos, ficaram cegas após um tratamento com células-tronco para combater a degeneração macular, uma doença ocular progressiva. O caso, que aconteceu nos Estados Unidos, foi apontado em artigo publicado no periódico científico New England Journal of Medicine nesta quarta-feira. Ele alerta para os riscos de terapias com eficácia não comprovada, cada vez mais comuns em clínicas particulares.

    Publicidade

    O tratamento foi feito em 2015 por uma clínica particular na Flórida, não identificada na publicação. O procedimento envolveu a extração de células de gordura do abdome que, depois de processadas com enzimas, possibilitaram a obtenção de células-tronco. Esse material teria sido misturado a um plasma rico em plaquetas e injetado nos olhos das mulheres.

    Publicidade

    As pacientes pensaram que estavam se inscrevendo em um estudo clínico legítimo, já que constava do site do governo americano ClinicalTrials.gov, sob o título: “Estudo para avaliar a segurança e os efeitos das células por injeção intravítrea na degeneração macular seca”. No entanto, sofreram complicações, incluindo o desprendimento de retina e hemorragia, que causaram perda total da visão.

    Continua após a publicidade

    Os autores afirmam que não havia nenhuma evidência para sugerir que o procedimento ajudaria a restaurar a visão, visto que há poucos estudos sobre a transformação de células-tronco derivadas de tecido adiposo em células da retina envolvidas na degeneração macular.

    Publicidade

    “Há muita esperança para as células-tronco, e esse tipo de clínicas atraem pacientes desesperados que acreditam que as células-tronco sejam a resposta. Mas, neste caso, essas mulheres participaram de um empreendimento clínico muito perigoso “, afirmou Thomas Albini, professor de oftalmologia clínica na Universidade de Miami e um dos autores do artigo.

    Além do risco, as pacientes receberam injeções em ambos os olhos ao mesmo tempo, ao contrário do recomendável que seria testar primeiro o procedimento em um dos olhos para ver como reagem. Além disso, as pacientes tiveram que pagar, cada uma, cinco mil dólares pelo procedimento, o que é um sinal de fraude, visto que ensaios clínicos não cobram pela participação dos pacientes.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    Jeffrey Goldberg, coautor do estudo e presidente de oftalmologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Stanford, descreveu o artigo como um “chamado à conscientização dos pacientes, médicos e agências reguladoras dos riscos desse tipo de pesquisa minimamente regulamentada e financiada por pacientes”.

    “Embora numerosas terapias com células-tronco estejam sendo investigadas em instituições de pesquisa com supervisão regulatória apropriada, muitas clínicas de células-tronco estão tratando os pacientes com pouca supervisão e sem prova de eficácia”, alertou a publicação.

    Publicidade

    Para garantir que um teste clínico ou tratamento é confiável, o paciente deve verificar se ele está registrado nos órgãos governamentais que regulam a qualidade e uso de medicamentos. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Brasil (ANVISA) disponibiliza em sua página a relação de ensaios clínicos aprovados.

    Continua após a publicidade

    (Com AFP)

    Publicidade
    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.