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Testosterona para mulheres: quem deve (ou não) tomar o hormônio?

Entidades médicas alertam para os riscos do uso indiscriminado

Por Luiz Paulo Souza Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 Maio 2025, 10h14 - Publicado em 6 Maio 2025, 10h07

Nos últimos anos, cresceu o número de mulheres utilizando testosterona, seja no formato dos chips de beleza, empregados para melhora da aparência, seja como reposição hormonal para, supostamente, aplacar os efeitos da menopausa. De acordo com entidades médicas, contudo, nenhuma dessas aplicações tem respaldo científico e o hormônio é indicado para o público feminino em uma única situação, consideravelmente rara. 

É o que ressalta uma nota publicada nesta terça-feira, 6, pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia e pelo Departamento de Cardiologia da Mulher da Sociedade Brasileira de Cardiologia. 

De acordo com o documento “não existe respaldo científico para uso de testosterona com fins estéticos, para aumento de massa magra, emagrecimento, melhora de disposição ou efeitos antienvelhecimento”. Eles afirmam ainda que “não há na literatura mundial absolutamente nenhuma evidência de que a testosterona tenha indicação primária para prevenção cardiovascular.”

Que mulheres devem usar testosterona?

O hormônio conhecido por promover o desenvolvimento dos caracteres masculinos só é indicado para mulheres quando elas são diagnosticadas com o transtorno do desejo sexual hipoativo, conhecido também como TDSH. 

“Quase nenhuma mulher precisa repor testosterona”, disse o médico Alexandre Hohl, membro da SBEM e autor do livro Testosterona: Dos Aspectos Básicos aos Clínicos (ed. DI Livros), um dos principais tratados sobre o tema, em entrevista concedida a VEJA, em fevereiro. “A única exceção é o TDSH, quando ela tem uma queda abrupta da libido após a menopausa.”

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O transtorno tem diagnóstico clínico e deve ser identificado por um especialista. É importante notar, contudo, que a queda de libido pode ser causada por uma série de outras condições cujos diagnósticos precisam ser descartados, como hipoestrogenismo, depressão e transtornos psiquiátricos, efeitos colaterais de medicamentos, obesidade, síndrome metabólica e disfunções no relacionamento conjugal. 

+ LEIA TAMBÉM: Depois de décadas silenciada, a menopausa aquece novo mercado de tratamentos

Mesmo sob o diagnóstico é preciso cuidado. “Atualmente, não existe no Brasil formulação de testosterona aprovada pela Anvisa para uso em mulheres”, diz o documento das entidades médicas. “Quando indicada, a terapia com testosterona deve ser realizada com formulações de qualidade farmacêutica comprovada, monitoramento clínico rigoroso.”

Quais os perigos do uso de testosterona por mulheres?

O uso chamado off-label, quando ele está fora do recomendado por entidades médicas e científicas, pode provocar efeitos severos na saúde. “Em caso de uso desnecessário, elas vão ter engrossamento da voz, aumento do clitóris, alteração da mama e alteração de fertilidade”, afirmou Holh.

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O documento das entidades ainda alerta que, para além dos efeitos virilizantes, as mulheres ainda podem experienciar efeitos indesejados como crescimento exagerado de pelos, acne, alopecia, dislipidemia, hepatotoxicidade, alterações cardiovasculares e dependência psíquica. 

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