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Ter mais tempo livre não aumenta necessariamente o bem-estar

Estudo mostra que a sensação tende a cair depois de 5 horas pela falta de propósito e produtividade

Por Simone Blanes
Atualizado em 10 set 2021, 08h08 - Publicado em 9 set 2021, 19h12
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  • Ter muito tempo livre não é sinônimo de bem-estar. É o que dizem pesquisadores da Universidade da Pensilvânia em estudo publicado no Journal of Personality and Social Psychology. De acordo com a pesquisa, embora o nível de bem-estar subjetivo cresça inicialmente com o aumento do tempo livre, a tendência é não se manter por mais de cinco horas. “Descobrimos que passar muito tempo livre está associado a um menor bem-estar subjetivo pela falta de senso de produtividade e propósito”, diz Marissa Sharif, co-autora do estudo.

    Por isso, eles defendem que esse tempo de ócio deva ser moderado e atinja um ponto ideal. Para chegar a tal conclusão, os cientistas analisaram os resultados de duas pesquisas em grande escala. Uma delas é a “American Time Use Survey” (Uso do tempo dos americanos), realizada entre 2012 e 2013 e baseada no questionamento do que os participantes haviam feito nas últimas 24 horas. Após coletar opiniões sobre quais atividades seriam equiparadas ao lazer, a equipe descobriu que, embora o bem-estar subjetivo aumentasse com a quantidade de tempo livre até cerca de duas horas, começava a cair depois. A outra são dados do Estudo Nacional da Força de Trabalho em Mudança, feito entre 1998 e 2008, que revelam que ter mais tempo livre não significa ter um maior bem-estar subjetivo.

    Com esses resultados, os pesquisadores da Universidade da Pensilvânia realizaram dois experimentos online – um com dados de 2565 participantes americanos e outro com 4.046 – na tentativa de garantir que as descobertas não fossem simplesmente um cenário em que pessoas com muito tempo livre são depressivas. Em ambos, os voluntários foram convidados a imaginar uma quantidade definida de tempo livre por dia e o que fariam com ele, em um experimento que analisava especificamente se era gasto em atividades significativas e produtivas ou apenas o que consideravam desperdiçado. As conclusões foram que, considerando-se sentimentos imaginários de bem-estar, estresse ou produtividade, ter mais tempo livre não era necessariamente melhor.

    Os pesquisadores, no entanto, alertam que isso não quer dizer que as pessoas que têm pouco tempo livre devam abandoná-lo, mas sim tentem reservar algumas horas de lazer por dia. E aqueles com dias totalmente vazios, procurem gastar o tempo com algum propósito, seja conectando-se com outras pessoas ou fazendo algo produtivo.

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