Silencioso e letal: entenda o câncer de pulmão, que levou Rita Lee à morte
Doença tem tabagismo como principal causa e taxa de sobrevida após cinco anos de diagnóstico de 18%; veja sintomas e tratamentos
Desde 2021, a cantora Rita Lee, que morreu na noite desta segunda-feira, 8, lutava contra um inimigo silencioso e letal: o câncer de pulmão, doença que costuma ser detectada em estágio avançado e tem uma taxa de sobrevida em cinco anos após o diagnóstico de 18%, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Os tumores estão relacionados ao tabagismo em 85% dos casos e, em 2020, causaram a morte de 28.600 pessoas no Brasil.
O risco de ter câncer de pulmão aumenta de acordo com a exposição ao cigarro ao longo da vida. A mesma regra vale para a mortalidade pela doença. Segundo o Inca, as pessoas que fumam têm quinze vezes mais possibilidade de morrer em função dos tumores em relação a quem nunca fumou. Entre ex-fumantes, o risco é quatro vezes maior. Por isso, nunca é tarde para abandonar o tabagismo e é importante se manter longe do fumo passivo.
“Apesar de existirem métodos muito eficazes, a cessação do tabagismo ainda é o melhor método para prevenir um câncer. Pacientes ex-fumantes têm entre 20% e 90% menos probabilidade de desenvolver um tumor. E, caso desenvolvam, podem ter um resultado mais eficaz do que aqueles que seguem com o hábito”, explica Roberto Abramoff, oncologista clínico do Hcor.
Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), infecções pulmonares de repetição, histórico familiar e poluição do ar são outros fatores de risco.
Os principais sintomas da doença são tosse persistente, falta de ar e perda repentina de peso. Rouquidão, escarro com sangue, episódios recorrentes de pneumonia ou bronquite, cansaço e dor no peito também são sinais do câncer de pulmão.
Os exames iniciais para o diagnóstico são o raio X do tórax, tomografia computadorizada e a broncoscopia, um tipo de endoscopia respiratória que permite a biópsia dos tecidos com células tumorais.
Como os pacientes podem ficar assintomáticos por anos, especialistas recomendam a realização de tomografia de baixa dose de radiação em “grandes fumantes”, aqueles que fumaram um maço de cigarro por dia por trinta anos e que estão com mais de 55 anos. Mas isso deve ser definido após avaliação médica.
O tratamento vai depender do quadro do paciente e pode incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia e imunoterapia. “A cada ano, o número de tecnologias disponíveis aumenta de forma considerável. Imunoterapia, drogas-alvo moleculares, avanços na cirurgia e combinações de diferentes estratégias têm possibilitado um aumento real de sobrevida mesmo para pacientes em estágios avançados da doença”, diz a oncologista Bruna Carvalho, do Hospital Marcos Moraes, ligado ao Grupo Oncoclínicas.