Sexo é porta de entrada para conexão emocional, aponta estudo
Segundo especialistas, homens e mulheres buscam se conectar emocionalmente com um parceiro em potencial quando há desejo sexual
É muito comum que uma pessoa tenha relações sexuais antes de estar em um relacionamento sério ou antes mesmo considerar essa possibilidade. Mas a verdade é que, nas relações modernas, o desejo sexual é a porta de entrada para os vínculos emocionais, segundo aponta um novo estudo.
“O sexo pode preparar o terreno para o aprofundamento da conexão emocional entre estranhos”, explicou Gurit Birnbaum, principal autor da pesquisa, ao Daily Mail. Os resultados também mostraram que a atração sexual permite a construção de relacionamentos mais profundos, independente do gênero; ou seja, tanto homens quanto mulheres buscam se conectar emocionalmente com um parceiro em potencial quando a libido se manifesta.
“Alguns acreditam que homens são mais propensos a iniciar relacionamentos quando excitados. Mas quando observamos as estratégias utilizadas para iniciar relações mais sutis, percebemos que esse padrão não é verdadeiro. Ambos os sexos buscam uma conexão quando o desejo vem”, disse Birnbaum. Segundo os pesquisadores, isso acontece porque o desejo entre estranhos estimula comportamentos capazes de permitir a conexão física, que mais tarde pode se tornar emocional.
O estudo
O estudo, realizado pela Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, e pelo Centro Interdisciplinar de Herzliya, em Israel, foi conduzido em quatro fases que envolviam se encontrar pessoalmente, dançar e observar imagens eróticas. Na primeira parte, os participantes de ambos os sexos foram apresentados a um parceiro em potencial e orientados a sentar perto de algumas pessoas – elas também participavam do estudo, mas os primeiros participantes não estavam cientes disso.
Quando ao lado de um indivíduo que consideravam atraente, os voluntários dublavam uma música gravada anteriormente. Depois, eles precisavam classificar o nível de desejo em relação a cada indivíduo. Os resultados mostraram que quanto maior era a atração, mais eles demonstravam sinais de interesse e mais entravam em sintonia com o outro.
Na segunda parte, homens e mulheres tiveram que dançar uma música romântica com indivíduos do sexo oposto que faziam da equipe de pesquisa. A avaliação da intensidade de atração apresentou desfecho semelhante à primeira fase.
Para a terceira investigação, os participantes observaram imagens eróticas e não pornográficas que eram apresentadas em uma tela por 30 milissegundos – tempo que os pesquisadores dizem não ser suficiente para criar uma consciência da imagem. A partir daí, eles foram estimulados a discutir dilemas interpessoais com um parceiro em potencial (que também participava do estudo).
Essa discussão foi gravada e a equipe pontuou os níveis de resposta e carinho demonstradas pelos voluntários. Os cientistas descobriram que quando o sistema sexual era ativado – ou seja, havia atração envolvida na conversa -, as pessoas mostravam-se preocupadas com o bem-estar do parceiro em potencial, o que demonstra o interesse em um relacionamento.
A última fase envolveu 50 homens e 50 mulheres: uma parte deles assistiu uma cena de filme erótico sem pornografia, enquanto os outros assistiram a um vídeo sobre as florestas tropicais da América do Sul. Depois disso, eles foram agrupados com um membro da equipe considerado atraente e orientados a responder um questionário verbal.
Quando o membro da equipe fingiu estar com problemas para responder uma das perguntas, os participantes que assistiram ao filme erótico pareceram mais interessados em ajudar em comparação com aqueles que viram o documentário.
Sexo e romance
De acordo com Harry Reis, co-autor do estudo, embora o impulso sexual e a conexão emocional sejam sentimentos distintos, processos evolucionários e sociais podem ter permitido que os seres humanos fossem mais propensos a se envolverem romanticamente com parceiros pelos quais estão sexualmente atraídos. “É o desejo sexual que mantém os parceiros juntos por tempo suficiente para que uma ligação de apego se forme”, concluiu Gurit Birnbaum.