A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou uma proposta do Brasil para a criação de um plano global e estratégico que coloca a saúde dos povos indígenas como uma prioridade em todo o planeta. Com o apoio de 13 países como Estados Unidos, México e Nova Zelândia e da União Europeia, a estratégia mundial foi aceita por unanimidade, na segunda-feira 29, pelos países que participam da Assembleia Mundial da Saúde, na Suíça.
A saber, a proposta convida os Estados-membros a desenvolver conhecimento sobre a situação de saúde dos povos indígenas, com seu consentimento livre, prévio e informado. Também permite que os países possam conceber, financiar e implementar planos e outras medidas para o bem-estar dos povos indígenas, além de trocar experiências sobre o tema para conhecer a situação da saúde nos territórios indígenas por meio da coleta dados, identificação das necessidades para acesso à saúde física e mental e redução das desigualdades de gênero, social, cultural. Os obstáculos geográficos para acesso aos serviços de saúde disponíveis em terras indígenas também serão levados em conta pela resolução, que terá contribuição do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo declarou o secretário de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Ricardo Weibe Tapeba, em Genebra.
O texto determina ainda que as autoridades brasileiras devem “incentivar a atração, formação, recrutamento e retenção de povos indígenas como agentes de saúde levando em conta os saberes e práticas tradicionais”. De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem mais de 476 milhões de indígenas espalhados em cerca de 90 países, o que corresponde a cerca de 6% da população global, sendo que 19% dessas pessoas vivem em extrema pobreza.