Clique e Assine VEJA por R$ 9,90/mês
Continua após publicidade

Saiba como a Covid longa afeta a capacidade de praticar exercícios físicos

Estudo mostra que sintomas persistentes da infecção aumentam a fadiga rapidamente e promovem respiração irregular, tornando a atividade mais desafiadora

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 out 2022, 16h54 - Publicado em 22 out 2022, 16h42

Uma pesquisa publicada no JAMA Network Open descobriu que durante uma atividade física moderada, pacientes com Covid longa – termo usado coloquialmente para descrever a persistência dos sintomas da infecção causada pelo vírus SARS-CoV-2 – reduziram sua capacidade de praticar exercícios por respiração irregular e fadiga.

Em estudos anteriores, a Covid longa também foi associada a dor de cabeça e confusão mental. Agora, nessa nova revisão, aponta outra desvantagem: a dificuldade em voltar ao exercício.

A análise incluiu homens e mulheres, dos 39 aos 56 anos, entre pacientes hospitalizados e não hospitalizados pela Covid-19. Os resultados dos participantes que se recuperaram do vírus sem efeitos prolongados foram comparados a um grupo de número semelhante que apresentava sintomas consistentes.

Dessa forma, os pesquisadores atestaram que durante o exercício moderado, o grupo com Covid longa reduziu a extração de oxigênio nos músculos – o que significa que se cansaram mais rapidamente – assim com apresentaram padrões respiratórios irregulares, que tornaram a atividade mais desafiadora.

Continua após a publicidade

Embora o descondicionamento tenha sido considerado um fator potencial, esses testes foram realizados de três a seis meses após a hospitalização pela doença. “Mesmo que os participantes fossem sedentários, isso não explicaria tudo o que encontramos. Como alguém pode ser sedentário por meses e ainda ter melhor capacidade de exercício do que os participantes do estudo?”, questionou Matt Durstenfeld, cardiologista e pesquisador clínico do Departamento de Medicina da Universidade da Califórnia, em São Francisco, nos Estados Unidos, e autor da pesquisa. “Além disso, vários outros padrões que afetaram negativamente o desempenho do exercício não estão relacionados ao descondicionamento.”

Os pesquisadores notaram ainda que as alterações de oxigênio muscular e respiração disfuncional provavelmente eram mais associadas às mudanças no sistema autônomo – como se a resposta de “luta ou fuga” tivesse sido redefinida de alguma forma após a infecção.

“Como a maioria dos estudos inclui apenas um único teste de exercício para cada participante, não se sabe se esse efeito é permanente”, disse Durstenfeld. “Por exemplo, um estudo que repetiu os testes não encontrou melhora e outro encontrou uma pequena melhora, mas ainda assim uma capacidade de exercício significativamente menor em comparação com as pessoas sem Covid.”

Continua após a publicidade

Ele acrescentou ainda que um dos estudos incluiu indivíduos que tiveram essas limitações de condicionamento físico mais de um ano após uma hospitalização pela Covid-19, o que mostra que efeitos como esses ainda podem sabotar a capacidade de exercício muito tempo depois da recuperação da própria doença.

O mecanismo pelo qual isso pode acontecer não estava claro, mas Durstenfeld contou que os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir que as limitações pulmonares e cardíacas ao exercício não eram comuns, embora os resultados possam sugerir que esse é o caso. “Outros estudos de longo prazo e com mais participantes serão necessários para determinar as causas, juntamente com o desenvolvimento de terapias de reabilitação que podem ser úteis”, acrescentou.

De acordo com o Centro Nacional de Estatísticas de Saúde, quase 20 milhões de adultos nos EUA apresentam sintomas de Covid longa, tornando-se um problema significativo. E embora mais trabalho precise ser feito para identificar os motivos da menor capacidade de exercício, Durstenfeld alertou que isso pode acontecer com qualquer pessoa que teve Covid-19 e ainda mantenha os sintomas – desde os que foram hospitalizados até as com sintomas leves.

Continua após a publicidade

“O impulso de simplesmente empurrar com mais força não ajuda”, afirmou o especialista, já que o corpo está preparado para fadigar mais rapidamente. “Isso significa que, por enquanto, o conselho é ir devagar e aumentar o exercício de forma muito gradual, sem forçar”, finalizou.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 9,90/mês*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.