Rotina de exercícios pode reverter resistência à insulina em oito semanas
Pesquisadores avaliam que o resultado passa pela diminuição da gordura visceral e da percepção da fome
Há vários fatores que causam a resistência à insulina, como obesidade, sedentarismo e até etnia. E se o cérebro não reage mais ao hormônio, o metabolismo do corpo e comportamento alimentar são desregulados. Um estudo recente, contudo, mostra que apenas oito semanas de exercício podem ajudar a restaurar a sensibilidade à insulina do cérebro em adultos com excesso de peso.
Publicado no JCI Insight, o ensaio clínico contou com 14 mulheres e sete homens sedentários com sobrepeso e obesidade, com idades entre 21 e 59 anos. O programa de exercícios resultou no aumento da ação da insulina no cérebro, atingindo o nível de uma pessoa de peso saudável.
Os pesquisadores avaliam que o resultado passa pela diminuição da gordura visceral e da fome, bem como na cognição melhorada. “A intervenção do exercício aumentou a atividade estimulada pela insulina em regiões do cérebro que são responsáveis, entre outras coisas, pela percepção de fome e saciedade e pela interação de motivação, recompensa, emoção e comportamento de exercício”, disse Stephanie Kullmann, que trabalha no Instituto de Pesquisa em Diabetes e Doenças Metabólicas na Universidade de Tübingen, na Alemanha.
O estudo sugere que a resistência à insulina no cérebro pode ser reversível e pode ser um alvo terapêutico viável para restaurar a regulação do metabolismo e do peso corporal pelo sistema nervoso central, neutralizando os efeitos adversos da obesidade. Isso abre novas possibilidades para reduzir os fatores de risco da obesidade e diabetes no futuro.
Para verificar se a melhora da sensibilidade à insulina cerebral em pessoas com alto risco de diabetes tipo 2 realmente tem efeitos benéficos no metabolismo e na cognição, mais estudos de intervenção controlados estão planejados.