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Roberto Kalil, o cardiologista dos poderosos, protagoniza programa de TV

A atração exibe o dia a dia de médicos, pacientes e hospitais do país

Por Adriana Dias Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 Maio 2021, 17h55 - Publicado em 21 Maio 2021, 06h00

Para Gilberto Gil, que o homenageou numa canção, depois de longo tratamento renal, o cardiologista Roberto Kalil é personagem que se encaixaria à perfeição no célebre verso do poeta russo Vladimir Maiakovski: “Em mim a anatomia ficou louca: sou todo coração”. Disse a VEJA o compositor baiano: “Para ele, o coração irriga não só o corpo, mas também a alma, o espírito, os recantos mais remotos da existência humana. É um médico com uma sensibilidade extraordinária não só para o conhecimento técnico-científico de sua profissão, como para a vasta complexidade da vida em cada um de seus pacientes”.

O médico sem fronteiras, que além de Gil atende estrelas como Ivete Sangalo e o padre Fábio de Melo e tem em sua agenda cinco ex-presidentes da República (Sarney, Collor, Lula, Dilma e Temer), acaba de inaugurar uma nova empreitada: uma série semanal de televisão, lançada no início do mês. Sinais Vitais, exibida pela CNN, atingiu um pico de liderança na audiência entre os canais de TV por assinatura em seu horário. “É um prazer poder vê-lo nesse programa, atuando, mostrando e criando pontes entre a medicina e nós. Um acadêmico tornar-se midiático é um grande desafio”, diz Fábio de Melo.

Sinais Vitais mostra o dia a dia dos médicos, pacientes e hospitais, nos sistemas público e privado, em diversos estados do país. Kalil é o fio condutor. Os capítulos são divididos por temas. Na cena inicial do primeiro episódio, ele dirige o carro pelas ruas de São Paulo a caminho do Instituto do Coração (Incor), instituição na qual preside o Conselho Diretor. O repórter, no banco de passageiros, pergunta: “O senhor pega esse trânsito todos os dias?”. A resposta: “Não, porque eu saio mais cedo. Vocês é que me atrasaram hoje”. Eis um dos charmes do, digamos assim, reality show: escancarar o temperamento firme e rabugento de Kalil.

A postura do doutor, por vezes dura, mas de permanente bom senso, que a TV agora ilumina, é celebrada nos bastidores no Incor e no Hospital Sírio-­Libanês, onde é diretor do centro de cardiologia. É sinceridade que derrubou a relutância de pacientes avessos a exames, como José Alencar (1931-2011), submetido em 2010 a um indesejado cateterismo que detectou uma obstrução grave no coração. Lula, que sempre fugiu de procedimentos médicos, foi convencido a fazer a laringoscopia que sinalizou um câncer na garganta, em 2011. Mérito de Kalil, que usa como poucos a proximidade com políticos e empresários para angariar fundos para o SUS. Cobra repasses que não são feitos e promessas esquecidas. Em 2019, sob a sua coordenação, a empresária e amiga Bia Aydar organizou uma grande campanha com a empresa África, em que artistas pediam arrecadações, em trabalho voluntário. Entre as melhorias ocorridas sob a batuta do médico estão a reforma do centro de transplantes do Sírio-Libanês e a do pronto-­socorro. Ele esbraveja, contudo, quando é associado a pacientes influentes. “Não cuido de fulano ou sicrano, eu cuido de doente”, diz.

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A REPÚBLICA - Collor, Lula, Dilma e Temer: os pacientes ilustres são muitos, mas o médico não gosta da associação: “Não cuido de fulano ou sicrano, eu cuido de doente”, diz – (Sergio Dutti; Ricardo Stuckert; Lucas Lima/UOL/Folhapress; Pedro Ladeira/Folhapress/.)

A política está presente na vida de Kalil desde a adolescência. Influenciado pelo pai, fez equitação, esporte que o levou a conviver com os militares nas hípicas de São Paulo e de Brasília. Entre eles João Figueiredo, presidente entre 1979 e 1985, ao cabo da ditadura. No início da carreira como médico, trabalhou na equipe do tio, também cardiologista, Fúlvio Pileggi, um dos nomes mais relevantes do Incor, nos tempos em que o hospital era o principal endereço dos poderosos do país. Pileggi, que não gostava de andar de avião, muitas vezes enviava o sobrinho em seu lugar a Brasília. E deu-se, então, a aproximação com o poder.

Aos 61 anos, Kalil trabalha seis vezes por semana, das 8 da manhã à meia-noite. O sábado é o único dia de folga (mas não do celular), a pedido da endocrinologista Claudia Cozer Kalil, com quem se casou em 2015. O stress já lhe rendeu uma gastrite, colesterol alto, sinusite crônica, osteoporose e três stents. “Sem trabalho duro não se faz um bom médico”, diz a cardiologista Ludhmila Hajjar, do Vila Nova Star, que trabalhou durante dez anos ao lado do médico. Carisma também é ferramenta vital, e vê-lo na televisão é prova desse casamento de sucesso.

Publicado em VEJA de 26 de maio de 2021, edição nº 2739

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