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Resfriado comum pode ajudar a criar imunidade contra o coronavírus

Estudo publicado na revista Science mostrou que as mesmas células imunológicas que reconhecem os coronavírus comuns também identificam o SARS-CoV-2

Por Da redação
Atualizado em 7 ago 2020, 16h57 - Publicado em 6 ago 2020, 19h45

Pessoas que já contraíram resfriados causados por coronavírus comuns parecem ter algum nível de proteção contra a Covid-19. De acordo com um estudo publicado terça-feira, 4, na revista científica Science, infecções anteriores causadas por esse vírus geram uma memória imunológica que ajuda o sistema imunológico a reconhecer o SARS-CoV-2, nome oficial do novo coronavírus, e combate-lo mais rapidamente.

Ao contrairmos uma infecção, nosso sistema imunológico gera anticorpos e células de combate, os famosos linfócitos T. Essas células permanecem no nosso corpo mesmo após o vírus sair do nosso organismo e podem ser reativadas caso aja uma nova infecção. O novo estudo demonstrou que as mesmas células imunológicas que reconhecem os coronavírus comuns do resfriado também reconhecem partes específicas do SARS-CoV-2, incluindo a famosa proteína “spike”, usada pelo vírus para invadir as células humanas.

LEIA TAMBÉM: É possível pegar o coronavírus mais de uma vez?

Isso explicaria porque 20% a 50% das pessoas que já contraíram algum tipo de coronavírus têm uma resposta imune reativa ao novo coronavírus, mesmo sem terem sido infectadas previamente por ele. No entanto, os autores ressaltam que essa hipótese é “altamente especulativa” e requer mais pesquisas para ser confirmada, já que ainda não se sabe exatamente qual o papel das células T no combate à Covid-19.

No novo estudo, os pesquisadores analisaram amostras de sangue coletadas entre 2015 e 2018, ou seja, muito antes do surgimento do novo coronavírus na China. Essas amostras continham células T que reagiram a mais de cem partes específicas do SARS-CoV-2. Os pesquisadores mostraram que essas células T também reagiram a locais semelhantes em quatro coronavírus diferentes que causam resfriado.

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“Este estudo fornece evidências moleculares diretas muito fortes de que as células T da memória podem ‘ver’ sequências muito semelhantes entre os coronavírus do resfriado comum e o SARS-CoV-2”, disse Sette.

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