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Quem teve Covid-19 precisa ou não tomar a vacina?

No twitter, Flávio Bolsonaro disse ter sido recomendado a não se vacinar, pois já teve a doença. A afirmação, porém, é refutada por especialistas

Por Giulia Vidale Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 jan 2021, 18h22 - Publicado em 19 jan 2021, 19h58
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  • O senador Flávio Bolsonaro disse nesta segunda-feira que como já teve Covid-19 e sua “taxa de imunidade é alta”, foi recomendado a não tomar a vacina contra a doença neste momento. “Vou seguir a ciência.”, finalizou, em publicação no Twitter.

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    Entretanto, neste caso, seguir a ciência é fazer exatamente o oposto do que disse Flávio Bolsonaro. Especialistas ouvidos por VEJA afirmam que todos devem tomar a vacina, até mesmo pessoas que já tiveram a doença. “Pessoas que tiveram Covid-19 devem se vacinar. A proteção contra a doença não tem se mostrado ser duradoura, portanto, a vacinação é recomendada”, alerta a diretora da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia, Ekaterini Simões Goudouris.

    De acordo com o infectologista e especialista em saúde pública, Gerson Salvador, os estudos clínicos das vacinas incluíram tanto pessoas que já tiveram a doença quanto aquelas que não havia sido infectadas. “Levando isso em consideração, as vacinas foram eficazes para diminuir casos e para diminuir a necessidade de atendimento médico”, explica Salvador. “Então a recomendação é que quem já teve Covid-19 anteriormente seja vacinado. Principalmente porque a gente já sabe que existe reinfecção”, conclui o especialista.

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    Junto com a declaração, o senador compartilhou a imagem de uma matéria da CNN Brasil sobre um estudo que aponta que anticorpos de pessoas recuperadas da Covid-19 podem ficar mais fortes até 6 meses após a infecção, possivelmente para justificar que sua “taxa de imunidade é alta”.

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    O infectologista e epidemiologista Bruno Scarpellini, da PUC-RJ, explica que a formação de anticorpos neutralizantes, que impedem a entrada do vírus na célula e consequentemente sua replicação no organismo, induzida pela vacina é muito maior do que a conferida pela doença. “Todas as vacinas que publicaram dados interinos de fase 3 demonstraram que a formação de anticorpos neutralizantes pós vacina é de duas a quatro vezes maior do que a formação de anticorpos pela doença”, afirma.

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    O especialista ressalta que a única resposta que ainda está pendente sobre esse assunto é o tempo de duração destes anticorpos gerados pela vacina. “Não sabemos por falta de tempo, porque os voluntários ainda estão em acompanhamento e a vacinação é recente”, ressalta Scarpellini.

    Além disso, ao dizer que não tomará a vacina “neste momento”, Flávio Bolsonaro dá a entender que o ato de nãop se vacinar agora seria por escolha. Entretanto, o senador realmente não pode tomar a vacina neste momento, mas não porque sua “taxa de imunidade é alta” e sim porque ele não está incluído no grupo prioritário para receber a vacina.

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    Os grupos prioritários definidos pelo governo para esta primeira etapa da vacinação incluem pessoas com 60 anos ou mais institucionalizadas, pessoas com deficiência institucionalizadas, população indígena vivendo em terras indígenas e 34% dos trabalhadores de saúde.

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