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Primeira criança a ter transplante de mãos brinca e joga beisebol

Zion Harvey, de 10 anos, recebeu o transplante duplo há 18 meses, superou as rejeições e já consegue realizar atividades cotidianas

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h41 - Publicado em 19 jul 2017, 16h28
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  • A primeira criança do mundo a receber um transplante duplo de mãos, o garoto americano Zion Harvey, de 10 anos, agora pode escrever, comer e se vestir sozinho. Em um relatório, publicado nesta terça-feira no periódico científico The Lancet Child & Adolescent Health, os médicos afirmaram que, 18 meses após a cirurgia, ele continua a mostrar melhoras e já consegue completar atividades cotidianas com mais independência, inclusive brincar e jogar beisebol.

    A cirurgia só foi possível graças a doação de uma família depois da morte de uma criança. O transplante de ambas as mãos aconteceu em julho de 2015, quando o menino tinha oito anos de idade, e durou mais de 10 horas. “Ele continua a melhorar à medida que realiza a terapia diária para aumentar a função da mão, além do apoio psicossocial para ajudar a lidar com as demandas da cirurgia”, disse Sandra Amaral, médica no Hospital da Criança da Filadélfia, onde a operação aconteceu.

    Rejeições

    Apesar da boa notícia, o processo pós-operatório não foi fácil. O menino sofreu oito rejeições das mãos e teve que se submeter a uma série de tratamentos com medicamentos imunossupressores, que devem ser administrados continuamente para prevenir novos episódios, mas possuem riscos graves como diabetes, câncer e infecções. “Embora os resultados funcionais sejam positivos e o menino se beneficie de seu transplante, essa cirurgia tem exigido muito dele e de sua família”, disse Sandra. Hoje, Zion continua com o tratamento, além de receber apoio psicológico e de terapeutas ocupacionais.

    Primeiros movimentos

    Poucos dias depois da cirurgia, os médicos descobriram que ele poderia mover os dedos usando os ligamentos de seus membros remanescentes. Os exames mostraram que os novos órgãos eram capazes de levar sinais de tato para o cérebro. “A regeneração dos nervos significa que ele poderá mover os músculos das mãos transplantadas e sentir o toque dentro de cerca de seis meses, quando também conseguirá comer e pegar uma caneta para escrever”, segundo explica o relatório.

    A causa da amputação

    Zion teve seus pés e mãos amputados por causa de uma infecção generalizada quando tinha dois anos. Ele também precisou fazer um transplante de rim, devido à falência dos órgãos.

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    Nas pernas, ele utiliza próteses, mas optou pelo transplante das mãos para ter mais liberdade e conseguir segurar sua irmã mais nova. Segundo a equipe médica, antes da cirurgia, Zion tinha uma capacidade limitada para se vestir, se alimentar e tomar banho e realizava essas atividades por meio de processos adaptados, usando seus membros residuais ou equipamento especializado.

    Transplante de mãos

    Em crianças, esse tipo de transplante é inédito. No entanto, o primeiro transplante de mãos bem-sucedido em um adulto foi concluído em 1998.

    Mesmo diante dos bons resultados do menino, os pesquisadores alertam que é necessário mais estudos para entender os mecanismos, benefícios e riscos, de um transplante como esse. Recentemente, outra tentativa de transplante de membros envolvendo um adolescente apresentou sérias complicações e o paciente morreu pouco depois da cirurgia.

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