A pandemia de coronavírus tem sofrido novas ondas no mundo todo. De acordo com o último boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde (OMS), globalmente, os novos casos de Covid-19 aumentaram pela quinta semana consecutiva. Foram pouco mais de 3,8 milhões de registros relatados apenas na última semana.
Já o número de mortes cresceu pela segunda semana consecutiva, com o total de mais de de 64.000 registros. Todas as regiões, exceto a Africana, relataram alta. A Europa e as Américas continuam sendo as mais afetadas, responsáveis por quase 80% de todos os casos e óbitos confirmados no mundo.
Os Estados Unidos, país campeão no número de vacinas contra Covid-19 aplicadas – foram 150.273.292 até esta quarta-feira, 31 ,- estão no segundo lugar do ranking de nações com o maior número de casos notificados da doença na última semana (421 936 novos casos; aumento de 13% em relação à semana anterior). Autoridades locais de saúde temem que o país enfrente uma quarta onda da pandemia.
Esse cenário controverso, em meio a programas de vacinação contra doença, está associado a uma combinação de fatores. “O fato de a velocidade da vacinação estar mais lenta do que a velocidade de propagação das novas cepas, que são muito infectantes, é uma das causas mais importantes”, diz Salmo Raskin, geneticista da Sociedade Brasileira de Genética Médica. Mas também inclui o relaxamento das medidas preventivas, como distanciamento social e uso de máscaras.
“A vacinação por si só não substitui as medidas de saúde pública e sociais”, alertou o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Kluge, em coletiva de imprensa. O próprio Reino Unido, que alcançou recentemente uma redução dramática no número de casos e mortes pela Covid-19 após um longo lockdown e um bom início de campanha de vacinação, enfrenta o risco de uma nova onda, caso a vacinação não seja mais rápida que o aumento da contaminação, ocasionado pelo relaxamento das restrições.
As ondas da Covid-19 são definidas por oscilações nos gráficos de novos casos e óbitos pela doença. Quando a pandemia está fora de controle, as linhas que correspondem a esses registros sobem. Quando há aumento das restrições de circulação de pessoas, com a adoção de medidas como lockdown, quarentena e toque de recolher, essas linhas caem e permanecem assim por um tempo, até que voltam a subir um período após seu relaxamento. A quantidade de ondas depende justamente da quantidade de grandes oscilações nesses gráficos. “No Brasil, estamos na segunda onda”, afirma Raskin.
O movimento de ondas é esperado, ao menos até que possamos acabar com a pandemia. A vacinação é fundamental para isso. Mas fica cada vez mais evidente que até 70% das pessoas forem vacinadas, a manutenção de medidas preventivas, como isolamento social, não aglomerar, higienização das mãos e uso de máscaras é fundamental para controlarmos essas ondas e evitar que novas ocorram.
Confira abaixo os números da vacinação no Brasil: