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Por que mulheres mais jovens têm de se preocupar com câncer de mama?

Levantamento inédito mostra que 37% das diagnosticadas com a doença têm menos de 50 anos e 10% estão abaixo de 40 anos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 28 jun 2023, 19h22 - Publicado em 28 jun 2023, 17h09
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  • Depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o tumor maligno mais comum no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Um levantamento inédito do Grupo Fleury, porém, levanta uma questão importante de preocupação relacionada a esse tipo de câncer: a enorme incidência em mulheres jovens.

    De acordo com o estudo, 37% das diagnosticadas com câncer de mama têm menos de 50 anos e 10% são mulheres abaixo de 40 anos. Índices parecidos aos divulgados por outras instituições nacionais como os dados do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp- FMUSP), feito no ano passado, que aponta 35,8% dos tumores de mama em mulheres abaixo dos 50 anos, no período de 2015 a 2020.

    “A aplicação de técnicas avançadas de análise de dados é fundamental para entendermos melhor o comportamento dessa doença em nossa população, permitindo identificar padrões e tendências, com o potencial de salvar vidas e melhorar significativamente os resultados dos pacientes”, diz Bruno Aragão Rocha, radiologista e coordenador médico de inovação do Grupo Fleury.

    O relatório, baseado em cerca de 5 milhões de resultados de exames de imagem, biópsias e testes genéticos de mulheres de seis estados brasileiros, organizados desde 2004, mostrou também que as mamografias – exame para o diagnóstico da doença – sofreram um grande impacto de redução, especialmente no período da pandemia da Covid-19.

    De acordo com o estudo do Fleury, houve uma diminuição de 55% das mamografias em seus laboratórios espalhados no país durante o ano de 2020. As análises dos testes também foram comprometidas. “Dedicamos muito esforço para montar um grande painel clínico de dados alimentado em tempo real de todos os exames relacionados ao rastreamento e diagnóstico do câncer de mama feitos na companhia”, disse o médico.

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    No Sistema Único de Saúde (SUS), as mamografias também tiveram uma redução drástica, de 84% no mesmo período, o que afetou muito o rastreamento e o diagnóstico da doença, bem como adiou tratamentos, gerando potencial impacto negativo no prognóstico futuro do câncer de mama.

    Rastreamento

    De qualquer forma, a Sociedade Brasileira de Mastologia continua recomendando que o rastreamento mamográfico anual seja realizado a partir dos 40 anos.

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    Além da mamografia, existem vários outros testes avançados para o diagnóstico do câncer de mama precoce, como painel de câncer de mama e ovário hereditário com análise de CNV; painel somático para câncer de mama; painel de câncer hereditário expandido; Oncotype DX®; BRCA1 e BRCA2; Oncofoco; biópsia líquida; biópsia e exame anatomopatológico; imuno-histoquímica e o sequenciamento do exoma.

    “Com uso de tecnologia, conseguimos acompanhar de forma sistemática todas as mulheres que tiveram um laudo suspeito para câncer de mama e aquelas que estão atrasadas para realizar a mamografia”, pontua Rocha. “Isso nos permite identificar rapidamente falhas no seguimento e fazer todo o acompanhamento de perto para que ela se sinta acolhida e segura. Faz parte da jornada de cuidado da paciente e contribui para a consolidação do ecossistema de saúde nacional”, conclui o médico.

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