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Pesquisadores desenvolvem nova forma de tratar hipertensão

O novo método permite que o paciente controle a doença em casa, o que diminui as visitas frequentes ao médico

Por Redação
4 fev 2019, 19h13

A hipertensão – ou pressão alta – é uma doença sem cura que pode trazer diversos riscos de saúde, como maior probabilidade de acidente vascular cerebral (AVC), ataque cardíaco, aneurisma e insuficiência renal e cardíaca, segundo o Ministério da Saúde. Atualmente, a principal forma de tratamento é medicamentosa, acompanhado de visitas periódicas ao cardiologista. Felizmente, pesquisadores americanos acreditam ter desenvolvido uma alternativa de tratamento que pode reduzir as idas ao médico ao mesmo tempo em que melhora o controle da hipertensão.

O estudo, publicado na Clinical Cardiology, afirma que é possível alcançar esse resultado através de um programa de saúde domiciliar que forneceria ao paciente maneiras de controlar a doença por meio de um dispositivo que, além de aferir a pressão, transmite automaticamente as informações para um registro médico eletrônico que pode ser acessado pelo profissional de saúde e pelo paciente. Desta forma, o indivíduo só precisaria recorrer ao médico no caso de o tratamento não estar funcionando. Segundo os pesquisadores, a taxa de sucesso do programa chegou a 81% em menos de dois meses.

O modelo consagrado pelo tempo de tratar a hipertensão através de visitas tradicionais ao médico não é eficaz nem sustentável”, comentou Naomi Fisher, principal autora do estudo, ao Medical News Today

Tratamento domiciliar

A equipe do Brigham and Women’s Hospital, nos Estados Unidos, testou o novo sistema domiciliar com 130 participantes diagnosticados com hipertensão. Durante o recrutamento, nenhum dos voluntários tinha a doença sob controle.

Os pacientes foram orientados sobre como usar o dispositivo de pressão sanguínea que transmitia dados por Bluetooth para um sistema que, além de registrar as informações, ainda verificava se o indivíduo estava recebendo a dosagem correta de medicação. Os participantes também receberam instruções para aferir a pressão duas vezes ao dia (manhã e noite) em duplicata. Ou seja, durante cada aferição era necessário verificar duas vezes seguidas para confirmar o resultado. Os pesquisadores ainda informaram que as medições precisavam ser feitas antes da ingestão do medicamento para hipertensão. 

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Ao final do estudo, percebeu-se que em menos de dois meses 81% dos participantes conseguiram manter a pressão arterial sob controle. “Este é um resultado surpreendente, especialmente considerando que o controle foi alcançado em um período muito curto: uma média de 7 semanas”, ressaltou Naomi. 

A equipe estima que a nova abordagem reduzirá significativamente os custos do controle da hipertensão (gastos com consultas, por exemplo) e prevenir riscos de saúde relacionadas à pressão alta, como AVC e insuficiência cardíaca.

Depois de sete meses fora do programa, alguns participantes passaram por uma nova aferição que mostrou a continuidade das reduções da pressão, indicando a eficácia do método. Com os resultados promissores, os cientistas esperam conseguir ampliar o programa para garantir que o método continue a funcionar por um período mais extenso e possa ser eficaz em outros grupos de pessoas.

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“O desenvolvimento de soluções inovadoras para gerenciar a hipertensão de forma eficaz e eficiente para reduzir a carga de risco cardiovascular em populações maiores é fundamental”, disse Naomi. 

Hipertensão

De acordo com o Ministério da Saúde, hipertensão arterial é uma doença crônica caracterizada pelos níveis elevados da pressão sanguínea nas artérias – essa pressão leva o coração a exercer um esforço maior para distribuir o sangue pelo corpo. O problema tem diversas causas, incluindo hereditária (representando 90% dos casos) e estilo de vida, como tabagismo e alcoolismo, obesidade, stress, altos níveis de colesterol, sedentarismo e consumo elevado de sal.

Outros fatores que influenciam no surgimento da doença são: a raça (a população negra está mais propensas a apresentar a doença), diabéticos e idosos. 

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Entre os sintomas mais comuns da pressão alta estão: dores no peito, dor de cabeça, fraqueza, tonturas, visão embaçada, zumbido no ouvido e sangramento nasal. Para pessoas acima dos 20 anos, a melhor forma de diagnosticar o problema é aferir a pressão anualmente; quando há casos na família, a recomendação é verificar pelo menos duas vezes por ano.

Para prevenir a doença é preciso fazer mudanças no estilo de vida, incluindo manter o peso adequado, não abusar do sal, praticar exercício físico regularmente, controlar o diabetes, evitar o consumo de alimentos gordurosos, reduzir o stress, não fumar e diminuir a ingestão de álcool.

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