Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Perdoar reduz até risco de infarto

Essa atitude faz bem à saúde. É o que explica a psicanalista paulistana Suzana Avezum

Por Adriana Dias Lopes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 ago 2019, 14h48 - Publicado em 16 ago 2019, 06h45

Sim, perdoar faz bem à saúde. E não apenas em sentido figurado. Abaixo, entrevista com a psicanalista paulistana Suzana Avezum:

O perdão protege o coração? Minha pesquisa comprovou isso avaliando o contrário: a dificuldade de perdoar aumenta o risco de infarto. Observei dois grupos com perfil similar em termos de idade, sexo, condição econômica e estilo de vida. Mas em um deles todos tinham infartado; no outro, não. No primeiro, todos tinham uma característica em comum: passaram por situações em que não haviam perdoado. A mágoa provocada pelo não perdão gera um stress que não é momentâneo: retorna ao longo da vida, sempre que a situação é lembrada. Por defesa, o corpo aumenta a quantidade de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que, em excesso, fazem mal. O bombardeamento a longo prazo arruína o coração.

Existe um perfil de quem perdoa com mais facilidade? As pessoas com fé e os altruístas têm mais facilidade em perdoar. Os egocêntricos, menos. Mas essas são características muito abstratas, vagas. O perdão, na verdade, está desvinculado da religião. Trata-se de uma atitude. A decisão de perdoar tem base no fato de que o ato traz bem-estar a quem perdoa. O outro pode não merecer o perdão, mas quem sofre é quem não perdoa. O perdão ainda é entendido como um ato de fraqueza, mas é a maior dádiva que podemos conceder a nós mesmos, não ao outro.

É possível aprender a perdoar? Há profissionais especializados nisso, sobretudo nos Estados Unidos. Digo que é possível treinar. O primeiro passo é admitir que sentimos raiva, o que muita gente nega. Enfrente seus sentimentos. Depois pense em por que a outra pessoa fez o que fez. Coloque-se no lugar dela. E não necessariamente para estimular a reconciliação: é, repito, algo que você tem de fazer em benefício próprio. E digo mais: não é preciso esquecer a mágoa para conseguir perdoar. O normal é lembrar-se para o resto da vida do que causou a dor. Perdoar é pensar no problema não mais como um machucado, e sim como uma cicatriz. Ela está lá, mas não dói mais. Pense nas campanhas de cigarro. Depois de tantas ações que divulgaram que o hábito faz mal, as pessoas passaram a fumar menos. Tenho certeza de que, se houvesse campanha em favor do perdão, ele seria mais aceito.

Continua após a publicidade

Você perdoa com facilidade? Procuro deixar para lá, porque escolho ser feliz.

Publicado em VEJA de 21 de agosto de 2019, edição nº 2648

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.