A vacina de Oxford, desenvolvida pela universidade no Reino Unido e pela farmacêutica AstraZeneca, deve ter o pedido de uso emergencial protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nesta sexta, 8. É o que disseram membros do alto escalão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) à reportagem de VEJA na manhã de hoje. A reunião entre as partes, porém, ainda não foi marcada.
Os principais itens faltantes para essa submissão no início da semana eram dados acerca da fabricação do antígeno no Instituto Serum, na Índia, que produzirá as 2 milhões de doses iniciais a serem aplicadas nos brasileiros. Esses documentos deveriam confirmar que a vacina produzida na fábrica são equivalentes, ou seja, contém as mesmas propriedades da vacina testada em fase 3, e que teve a eficácia média aferida em 70%. De acordo com especialistas médicos ligados à agência e ao instituto de referência, a Fiocruz já conseguiu a documentação.
Se for protocolado o pedido, a Anvisa terá 10 dias para dar o parecer positivo (ou negativo) sobre a aplicação das doses. A vacina de Oxford já foi aprovada emergencialmente no Reino Unido, na Índia e no México. O antígeno figura como principal aposta do governo federal para iniciar uma robusta campanha de vacinação ainda neste ano. Seus principais trunfos seriam o preço baixo (cerca de 3 dólares por dose) e a possibilidade de refrigeração em temperatura de geladeira. A Fiocruz tem planos de produzir 100,4 milhões de doses até julho deste 2021. O número de doses é suficiente para imunizar cerca de 50 milhões de pessoas em duas aplicações, como prevê o protocolo original.
A Fiocruz planeja pedir até o dia 15 o registro da vacina. Ou seja, a autorização definitiva do medicamento.