As formas de combate à Covid-19 ainda despertam muitas dúvidas. De fato, muita coisa mudou. A evolução dos estudos sobre a infecção revelaram novos grupos de risco, a importância do diagnóstico e tratamento precoce dos infectados (e não só quando a infecção apresenta gravidade, como era defendido pela medicina nos primeiros meses), além de terapias eficazes contra a doença.
A prática nos hospitais mostrou também que quatro em cada dez mortes por Covid-19 são em decorrência de complicações cardíacas, uma informação até há pouco tempo desconhecida. Cientes de que devem cuidar desde o início da saúde do órgão, os médicos agora conseguem retardar o surgimento do problema.
As médias móveis de mortes e novos casos registrada neste domingo, 18, são de 20.051,7 e 488,1, respectivamente. Confira, a seguir, os tratamentos mais promissores e os que foram já descartados.
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Corticoides
O uso de corticoides em pacientes com quadros graves de Covid-19 é um dos mais eficazes — reduz em um terço o risco de mortalidade pela doença. A conclusão é de uma meta-análise divulgada há apenas um mês pela Organização Mundial da Saúde e publicada no periódico científico JAMA. Os pesquisadores analisaram sete ensaios clínicos randomizados que avaliaram três anti-inflamatórios esteroides em mais de 1.700 pacientes, no mundo todo. Os resultados mostraram a ação em três medicamentos – dexametasona, hidrocortisona e metilprednisolona
Antiviral
Os testes com o Remdesivir, antiviral que já foi utilizado no tratamento do ebola e da MERS (Síndrome Respiratória de Coronavírus do Oriente Médio, mostram que os pacientes com a doença na forma moderada e grave apresentam rápida melhora no trato respiratório e redução da febre. No Brasil, o remédio só está disponível para estudos. Já nos Estados Unidos, a agência que regula medicamentos (FDA) aprovou, em maio, o uso emergencial para o tratamento da Covid-19.
Anticorpo monoclonal
Infectado no início do mês, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump recebeu um tratamento experimental para a Covid-19: um coquetel de anticorpos monoclonais desenvolvido pela empresa de biotecnologia Regeneron. O medicamento é considerado um dos mais promissores. Os resultados obtidos mostram que os pacientes tiveram uma melhora mais rápida em relação a outros tratamentos e menor carga viral na garganta, o que, em teoria, reduz o risco de transmissão da doença.
Cloroquina e hidroxicloroquina
Funcionam ou não funcionam? O Ministério da Saúde chancelou o uso dos medicamentos para o tratamento precoce. Os adeptos os aplicavam junto com um composto de remédios, como o anti-inflamatório azitromicina e a ivermectina, droga para vermes, logo nos primeiros sinais da doença. Há estudos que afirmam que ambos não são eficazes para o tratamento, tampouco para a prevenção da Covid-19. A controvérsia se mantém.
Antirretroviral
Apontado no início da pandemia como promissor no tratamento da infecção em paciente hospitalizados, os remédios originalmente desenhados para HIV não apresentaram ou benefícios. Estudo com 11 mil pessoas conduzido pela Universidade de Oxford mostrou que os resultados “descartam de maneira convincente qualquer benefício significativo em termos de mortalidade com o uso de lopinavir-ritonavir”.