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Os chás que estão bombando: benefícios, formas de uso e cuidados

Melissa, amora, espinheira-santa... Ervas e infusões fazem sucesso na internet. Saiba os chás que estão em alta e entenda indicações e riscos antes de usar

Por Redação 27 jan 2025, 16h00

Se você se lançar a uma busca pela internet, verá que há um chá para tudo nessa vida. Tidas como “remédios naturais”, as infusões à base de ervas e outras plantas fazem sucesso entre os brasileiros, que aderem tanto a receitas tradicionais e regionais como a importadas. Entre o segredo de vó e o hit nas redes sociais, existe uma infinidade de bebidas e promessas – um bom motivo para ponderar e ficar com o pé atrás antes de comprar, preparar e usar.

Em primeiro lugar, é importante ter em mente que chás em geral não substituem tratamentos médicos consagrados e estudados. Embora extratos de ervas e afins também sejam alvos de pesquisa, ainda faltam experiências e análises robustas cravando benefícios inclusive de espécies utilizadas há séculos.

Além disso, a ingestão pode interagir com medicamentos em uso e gerar efeitos colaterais – não é porque é supostamente “natural” que não existem riscos envolvidos.

Se a ideia é recorrer a um chá para tratar ou minimizar alguma condição de saúde, o mais prudente é conversar antes com o médico. Claro que existem situações e situações: tomar algo para uma azia pontual é completamente diferente de usar um tratamento à base de infusões para uma doença séria, seja ela uma depressão, um diabetes ou mesmo um câncer.

Inclusive existem infusões e extratos em cápsula que podem causar sérios danos ao fígado, aos rins e a outros órgãos quando mal utilizados.

Portanto, entender as indicações, contraindicações e limitações dos chás é o passo número 1 antes de partir para a xícara. Feitas as ressalvas e calibradas as expectativas, fato é que algumas infusões decolaram em popularidade na internet. Buscas pelo Google e o índice de matérias mais lidas de VEJA SAÚDE, veículo também publicado pela Editora Abril, revelam que algumas espécies estão particularmente em alta. 

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Convém entender seus supostos benefícios e os cuidados antes de usar.

Chá de amora

A infusão de folhas de amoreira é uma velha conhecida de algumas famílias e comunidades, mas se tornou recentemente um fenômeno de internet. Não há segredo para preparar: ferver a água, adicionar as folhas, desligar o fogo e aguardar com uma tampa por cerca de 5 minutos – preparo semelhante ao da maioria dos chás. Como o chá de amora é amargo, muita gente prefere adicionar a sucos e outras receitas.

O grande trunfo das folhas é a riqueza em antioxidantes, substâncias que controlam os radicais livres que danificam as células do corpo. Por causa disso, a planta é testada em experimentos de laboratório por suas possíveis propriedades anticâncer. Cabe notar que essa ação não é totalmente comprovada e a receita não se presta a tratar tumores. Devido à presença de fitoestrógenos, substâncias que imitam o hormônio feminino no corpo, especula-se que o chá de amora seja útil a quem está na menopausa – mas faltam estudos assinando embaixo desse potencial.

Chá de melissa

Melissa se refere, na verdade, a um gênero de plantas, dentre as quais a mais famosa é a erva-cidreira. Em boa parte dos casos, quando se compra chá de melissa, o consumidor leva para casa as folhas de sabor cítrico da Melissa officinalis. Seu papel mais conhecido é o de calmante. E o uso popular tenta agora ser respaldado pela ciência: pesquisadores estão examinando o potencial ansiolítico e antidepressivo da erva, ainda sem conclusões definitivas. 

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A erva-cidreira também é reconhecida por ajudar a induzir o sono – embora não seja capaz de combater uma insônia para valer – e por melhorar a digestão e diminuir o incômodo de gases e cólicas. São efeitos leves, claro, nada comparável a medicamentos para essas finalidades. Além disso, fora dos usos pretensamente terapêuticos, pode enriquecer a receita de sucos e sobremesas.

Chá de carqueja

Na internet, lê-se até que ele cura doenças. Cuidado com esse tipo de afirmação – não há comprovação que nenhum tipo de infusão zere problemas de saúde. No caso da planta Baccharis trimera, sabe-se que ela possui atividade antioxidante e anti-inflamatória, podendo auxiliar na prevenção de doenças crônicas. Outro efeito apregoado é o diurético: ou seja, ela atua contra a retenção de líquidos. Por essas e outras, vira e mexe aparece na lista de aliados do emagrecimento.

Embora pessoas saudáveis possam tirar proveito desses benefícios, se já existe alguma doença em tratamento, é imperativo discutir com o médico se vale a pena (ou não) usá-la. Isso porque a administração frequente pode levar a quadros de hipoglicemia e hipotensão, especialmente quando já se utilizam remédios para tratar diabetes e hipertensão. Por fim, idosos, que são mais suscetíveis à desidratação, devem redobrar a cautela com o consumo rotineiro em função das tais propriedades diuréticas.

Chá-verde

É o chá original. Afinal, a receita vem e é feita da planta Camellia sinensis, a mesma utilizada para o chá branco e o preto. De berço chinês, a bebida rodou e ganhou o mundo e se tornou uma das mais estudadas. É um alimento rico em antioxidantes, sendo, por isso, investigado na prevenção e controle de doenças que vão de obesidade a câncer. Não faz milagre, mas especialistas veem nele um ingrediente bem-vindo a uma rotina saudável.

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Um dos destaques do chá-verde é o conteúdo de polifenóis, substâncias cuja ingestão está associada a menor risco de desenvolver problemas crônicos mais comuns com o avançar da idade, a exemplo de doenças cardiovasculares. Ainda se aguardam, porém, resultados de ensaios clínicos capazes de documentar e mensurar esses benefícios. A recomendação é priorizar os chás naturais – se possível, fazendo a infusão em casa – e evitar suplementos que misturam o extrato a outros compostos.

Chá de espinheira-santa

A planta típica da Região Sul do país tem folhas brilhantes e pontiagudas e se destaca como infusão principalmente para aliviar sintomas gastrointestinais. A exemplo de outras ervas, é rica em antioxidantes, podendo agregar pontos à saúde de quem busca um estilo de vida saudável.

O grande atrativo, nesse caso, é a presença de compostos que minimizam a queimação no estômago ao reduzir a acidez local. Pesquisas apuram suas propriedades antibacterianas e cicatrizantes, o que tem feito da espinheira uma candidata a coadjuvante no tratamento de infecções pela bactéria H.pilory no estômago e de quadros de acne.

Chá de louro

Mais famoso pelo uso culinário, dando aquele aroma ao feijão, o louro vem do Mediterrâneo, mas enraizou-se na cultura brasileira. Também não é de hoje que é louvado por propriedades medicinais. A infusão normalmente é feita com as folhas secas ou frescas, e a bebida consumida depois de coada quente ou fria.

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O ingrediente é fonte de compostos bioativos que, segundo análises laboratoriais, apresentam ação antioxidante, antibacteriana e anti-inflamatória. No dia a dia, porém, o uso popular é mais voltado a aplacar incômodos digestivos e sintomas de azia, gases e cólicas. Isso porque a planta tem substâncias que podem relaxar a musculatura do aparelho digestivo.

Há quem considere uma boa pedida para tratar tosse e congestão nasal e mesmo as dores da artrite. Nesses casos, porém, não há comprovação científica, o que desaconselha utilizar o chá como tratamento ou mesmo substituir remédios tradicionais.

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