A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o número de casos da hepatite aguda de origem desconhecida em crianças subiu para 348 no mundo. Na última atualização, eram 228 registros. As notificações foram feitas em 20 países, mas outros 13 investigam possíveis casos. Ainda de acordo com a entidade, 70 episódios suspeitos estão sendo avaliados.
As informações foram passadas nesta terça-feira, 10, por Philippa Easterbrook, médica do programa global de HIV e hepatites da OMS, em coletiva. A suspeita permanece de que os casos têm relação com o subtipo 41 do adenovírus, que causa gastroenterite (inflamação gastrointestinal), mas a ligação com a Covid-19 é investigada.
“Ao longo da última semana, mais testes foram realizados e em torno de 70% dos casos foram positivos para adenovírus. Cerca de 18% dos casos testaram positivo para Covid e o grande foco da próxima semana é observar testes sorológicos para exposição e infecção prévia ao novo coronavírus.”
Ela destacou que apenas seis países reportaram mais de cinco casos da doença misteriosa. “Dentro dos casos, há uma mistura de novos casos e casos retrospectivos, o que é natural na vigilância.”
Os primeiros registros da hepatite fulminante em crianças foram feitos em países europeus e se concentravam principalmente no Reino Unido. Segundo a OMS, uma morte foi reportada no mundo. Em levantamento do dia 25 de abril, foram detectados 17 casos de crianças que precisaram fazer transplante de fígado.
Apesar da investigação sobre a relação dos casos com o adenovírus, que causa doenças gastrointestinais e respiratórias, a OMS apura se substâncias tóxicas, medicamentos, agentes ambientais têm ligação com o problema.
A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e, na maioria dos episódios, é causada por vírus, mas pode ter relação com o uso de substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, consumo de álcool, doenças hereditárias e distúrbios autoimunes. Os principais sintomas são icterícia (cor amarelada na pele ou nos olhos), diarreia, dor abdominal e vômito. Nas crianças afetadas, testes laboratoriais descartaram os tipos A, B, C, E e D (quando aplicável).