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OMS diz que hepatite misteriosa em crianças causou 6 mortes no mundo

Número de pacientes que precisaram de transplante de fígado passou de 17 para 26

Por Paula Felix Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 jul 2022, 17h24 - Publicado em 18 Maio 2022, 20h49

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que o número de mortes pela hepatite aguda de origem desconhecida em crianças subiu de um para seis, de acordo com dados atualizados no último dia 15 e compartilhados nesta terça-feira, 17. Os casos também aumentaram de 348, na semana passada, para 429. De acordo com a entidade, 22 países registraram a doença misteriosa e há 40 casos em investigação.

Segundo Philippa Easterbrook, médica do programa global de HIV e hepatites da OMS, 26 crianças precisaram de transplante de fígado. Em levantamento do dia 25 de abril, a entidade tinha detectado 17 episódios que precisaram fazer o procedimento. Ela informou que 75% das crianças que manifestaram a doença têm menos de 5 anos e que a maioria dos casos está concentrada em países europeus. Dos 12 países que tiveram mais de cinco notificações, nove estão no continente.

A suspeita permanece de que os casos têm relação com o subtipo 41 do adenovírus, que causa gastroenterite (inflamação gastrointestinal), mas as investigações sobre a ligação desta infecção com a Covid-19 foram intensificadas.

“Estamos observando como essas infecções podem trabalhar juntas como um cofator para realçar a suscetibilidade ou criar uma resposta anormal. Talvez, essa resposta tenha persistido e estacionado nos intestinos e uma infecção por adenovírus resultou na ativação do sistema imunológico, causando a inflamação.”

Philippa disse que a hipótese baseada em um estudo com crianças e, por isso, destacou a importância de entender os mecanismos sobre infecções prévias neste público.

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Ela afirmou que a OMS está auxiliando os países com orientações sobre testes que precisam ser realizados nos pacientes, captura de dados clínicos e recomendações para o atendimento das crianças.

Os primeiros registros da hepatite fulminante em crianças foram feitos em países europeus e se concentravam principalmente no Reino Unido. No Brasil, o Ministério da Saúde investiga 47 casos suspeitos, mas nenhum registro foi confirmado.

A hepatite é uma inflamação que atinge o fígado e, na maioria dos episódios, é causada por vírus, mas pode ter relação com o uso de substâncias tóxicas, incluindo medicamentos, consumo de álcool, doenças hereditárias e distúrbios autoimunes. Os principais sintomas são icterícia (cor amarelada na pele ou nos olhos), diarreia, dor abdominal e vômito. Nas crianças afetadas, testes laboratoriais descartaram os tipos A, B, C, E e D (quando aplicável).

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